Agência JB
RIO - Desnível entre o trem e a plataforma, falta de rampa de acesso e de elevadores e ausência de marcação no piso para os deficientes visuais foram alguns dos problemas encontrados durante vistoria da Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), nesta sexta-feira. O objetivo da blitz, que percorreu as estações de trem e metrô, foi verificar a infra-estrutura dessas construções no que se refere à acessibilidade para portadores de deficiência.
- Das 33 estações metroviárias existentes apenas três são totalmente adaptadas às necessidades dos portadores de deficiência. Ainda temos muito a avançar nessa questão, mas é importante ver que as coisas estão caminhando, declarou a presidente da comissão, deputada Sheila Gama (PDT).
A comitiva formada pela deputada, pelo secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, pelo diretor de Engenharia da Secretaria estadual de Transportes, Bento Lima, pelo gerente de projetos da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Rio Trilhos), Francisco Fonseca, pelo superintendente do Metrô, Celso Fisbhen, e pelo diretor de Operações da Supervia, João Gouveia, verificou as condições existentes nos locais para receber atletas e a população durante os III Jogos Parapanamericanos, que vão acontecer entre os dias 12 e 19 de agosto, no Rio.
A inspeção teve início na estação Cantagalo do metrô, em Copacabana, Zona Sul do Rio, onde a comitiva constatou que a estação está preparada para atender as necessidades das pessoas portadoras de deficiência. - Encontramos a marcação no piso e os elevadores privativos. Todas as estações deveriam ter esse equipamento, declarou a parlamentar.
A segunda parada foi na estação do metrô em Botafogo, onde a comitiva foi apresentada a um equipamento importado do Canadá, chamado de transportador de cadeira de rodas, em que o cadeirante é colocado sobre o equipamento e conduzido por um funcionário do metrô pelas escadas fixas da estação. A cadeirante Márcia Mury, que acompanhou a inspeção, relatou que o equipamento é desconfortável.
- Esse equipamento ainda é melhor do que sermos carregados no colo, mas o perigo de vida que sofremos é muito grande. Tenho muito medo de cair, declarou Mury, acrescentando que o ideal seria que as estações tivessem elevador. - Esse equipamento funciona como um paliativo. O que queremos é a independência dessas pessoas, para que o direito de ir e vir seja garantido a todos, afirmou a pedetista. O superintendente do Metrô, Celso Fisbhen, informou que o equipamento ainda está em teste, e que existe um semelhante na estação de Del Castilho.
A terceira parada foi na estação da Central do Brasil onde a comitiva iniciou a inspeção nas estações de trem. A comitiva seguiu para estação do Engenho de Dentro e constatou um grande desnível entre o trem e a plataforma e a falta de rampas de acesso.- "Verificamos a falta de rampas de saída da estação para o lado direito e no lado esquerdo, que era uma obra de responsabilidade do município, só foi construída uma escada. É lamentável que a Prefeitura do Rio não tenha tido essa preocupação", lamentou Gama.
O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, reconheceu que o Rio não tem as condições estruturais desejáveis para acessibilidade. - No mundo moderno o ideal é que o portador de deficiência de qualquer tipo possa se locomover integralmente e nós estamos trabalhando para que isso aconteça em nosso estado, ressaltou o secretário, acrescentando que a secretaria fez um acordo com as operadoras para que elas realizassem um treinamento para minimizar as deficiências de estrutura das estações para a realização do Parapan.