Agência JB
RIO - Moradores da Vila Cruzeiro fazem uma manifestação para pedir na tarde deste sábado. Os organizadores pretendem mostrar a insatisfação com as incursões policiais desarticuladas na região. A manifestação contará com a presença de lideranças locais, representantes de entidades sociais, da Igrejas e comerciantes da área da Leopoldina.
Segundo os manifestantes, além da insegurança provocada pelos confrontos recorrentes entre traficantes e policiais, as incursões constantes não estão alcançando seus objetivos. Essa será a segunda manifestação de moradores na região.
Desde o dia 2 de maio homens do 16º BPM (Olaria) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fazem operações diárias na região do complexo de favelas da Vila Cruzeiro e do Alemão, à procura dos assassinos de dois policiais militares, no dia 1º de maio, em Oswaldo Cruz, na Zona Norte.
Nesta sexta-feira, cerca de 60 policiais do 16º BPM (Olaria) e do Bope tiveram de se retirar e abortar uma operação para a derrubada de uma barricada, num dos acessos à Chatuba, depois de mais de três horas de resistência dos traficantes na Favela da Chatuba e no Morro da Fé.
Durante os confrontos, um bandido morreu e quatro pessoas ficaram feridas, entre elas um soldado do Bope e uma criança de 7 anos. Desde o início da ocupação, já são 16 mortos e 50 feridos, a maioria atingida por balas perdidas. As seis escolas e três creches municipais da região continuaram fechadas deixando mais de 4.500 alunos sem aulas.
Apesar do alto número de feridos - quase três por dia, em 17 dias de confrontos - a Secretaria de Segurança Pública informou que as operações no Complexo do Alemão vão continuar por tempo indeterminado. Para a cúpula da segurança no Estado, o número de feridos se deve à ação dos traficantes, que estariam atirando nos moradores para fazer a polícia recuar.