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Número de feridos chega a 50 na Vila Cruzeiro

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Agência JB

RIO - No 17º dia de confrontos armados no Complexo da Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, o saldo chegou a 50 feridos e 16 mortos. Somente hoje, três civis foram vítimas de balas perdidas, um PM foi baleado e um suporto traficante foi morto. A PM também fez operação para a derrubada de barricadas, que foram construídas por bandidos.

Terezinha Francisca da Costa, de 45 anos, foi baleada no pé direito, no Morro da Fé, em Vicente de Carvalho. Ela está em observação. O menino Caio Bruno Monteiro de Araújo, de apenas sete anos, foi ferido com estilhaços de bala em ambas as pernas, na Avenida Brás de Pina, no bairro de mesmo nome. Ela já foi medicado e liberado. Ambos foram atendidos no Hospital Getúlio Vargas (HGV), na Penha, próximo ao local dos conflitos.

O cabo do Batalhão de Operações Especiais (Bope), João Ricardo Felizola Correia, de 33 anos, e o morador Neemias Raimundo da Silva, de 43 anos, foram atingidos por estilhaços de bala, durante tiroteio entre policiais e traficantes, ocorridos na Favela Chatuba e no Morro da Fé, respectivamente, no Complexo da Vila Cruzeiro. João Ricardo foi atingido na cabeça e Neemias na coxa. Eles foram medicados no HGV, e liberados.

Policiais do 16º BPM (Olaria), com apoio de agentes do Bope, fizeram uma operação, na Rua Aimoré, um dos acesso à Favela da Chatuba, também pertencente ao Complexo da Vila Cruzeiro, para a retirada de barricadas. Os obstáculos foram colocados por traficantes de drogas do local.

Além do apoio de dois veículos blindados, os chamados "Caveirões", a operação contou com a ajuda de uma britadeira mecânica, um caminhão-basculante e de um carro-guincho do 16º BPM. O Bope ocupou dois pontos estratégicos no alto da favela. No total, cerca de 60 homens participaram da ação.

De manhã, Marcos Florentino Luis, de 20 anos, deu entrada morto no HGV. Ele teria sido atingido a tiros durante ação de policiais do 16º BPM, na Vila Cruzeiro. O jovem é acusado pela polícia de envolvimento com o tráfico de drogas do local e de ter participado do confronto armado com os PMs.

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Segundo o presidente da Associação de Moradores da Merendiba, uma pequena comunidade na Vila Cruzeiro e que se identificou apenas como Cláudio, Marcos havia deixado o tráfico de drogas há um ano. Porém, como não tinha grau de instrução e opção de emprego, acabou retornando para o mundo do crime.

Os policiais do 16º BPM trocaram tiros com traficantes, que tentavam reconstruir uma barricada destruída na quinta-feira. Na ação, os policiais apreenderam um fuzil AK-47, de fabricação russa.

Desde o dia 2, a polícia faz operações na Vila Cruzeiro com o objetivo de capturar bandidos acusados de assassinar dois policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda), no dia 1º de maio, em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio.

Por conta dos tiroteiros constantes na região, seguem fechadas seis escolas municipais: Leonor Coelho Pereira, Joracy Camargo, Monsenhor Rocha, Bernardo de Vasconcelos e São Vicente; e as creches Carlos Drummond de Andrade, Betinho e Caracol, e o Ciep Deputado José Carlos Brandão Monteiro. Cerca de 4.500 alunos estão sem aulas.

De acordo com a secretaria estadual de Educação, não há previsão de retorno das aulas, mas as escolas estão programando atividades complementares como forma de reposição dos dias parados.