Felipe Salles e Ricardo Albuquerque , Agência JB
RIO - Cinco granadas e cinco bananas de dinamite com alto poder de destruição, que seriam usadas para explodir cabines da Polícia Militar na Zona Sul, foram apreendidas ontem por agentes do Serviço Reservado do 2º BPM (Botafogo) no Cemitério São João Baptista, em Botafogo. Os artefatos foram descobertos durante o enterro de Alan Fortunato, 18 anos, um dos três traficantes mortos na terça-feira durante o confronto com policiais do Grupo de Ações Táticas do 23º BPM (Leblon). Os explosivos estavam escondidos em uma das gavetas mortuárias do cemitério, a três quadras de onde o corpo de Alan foi enterrado.
Infelizmente, as cabines são alvos fáceis, fixos e se destacam no meio urbano explicou um agente do Serviço Reservado Chegamos aos explosivos graças a um informante que mora no Morro dos Cabritos.
Os três traficantes mortos são suspeitos de terem participado dos atentados de 28 de dezembro, quando 19 pessoas morreram no Estado do Rio de Janeiro. Informações do Serviço Reservado do 23º BPM mostram os traficantes balearam o soldado Robson Padilha Fernandes, assassinado quando fazia patrulhamento de rotina na Lagoa. Por ordem do Estado-Maior da Polícia Militar, desde fevereiro, as cabines da Zona Sul são desocupadas a partir das 19h e os policiais reforçam o patrulhamento noturno nos bairros..
Essa apreensão evitou uma represália imediata por parte dos bandidos observou o agente do serviço reservado Os traficantes também estão preocupados com a organização criminosa rival (Amigos dos Amigos, ADA), que tem interesse em tomar as bocas-de-fumo da Ladeira dos Tabajaras do Comando Vermelho.
Na terça-feira, os oito policiais militares do Grupo de Ações Táticas foram encurralados na Rua Sacopã, um dos acessos ao Morro dos Cabritos, por 15 traficantes da quadrilha Comando Vermelho. Por mais de meia hora, os PMs resistiram a troca de tiros e balearam três deles. Com a chegada do reforço de 30 homens do 23º BPM e do 19º BPM (Copacabana), os outros traficantes fugiram pela mata em direção à Ladeira dos Tabajaras.
Os traficantes mortos eram ligados ao bando de Ronaldo Pinto e Silva, o Ronaldinho da Tabajara, preso em Bangu 1 e condenado a mais de 90 anos. Os criminosos estariam ligados a dois traficantes conhecidos como Merenda e Meriti, líderes do tráfico no Morro Dona Marta, em Botafogo, e na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana ambos do Comando Vermelho. Além de apreenderem os explosivos, os agentes do 2º BPM filmaram o cortejo de Alan Fortunato, com o objetivo de identificar integrantes do grupo que encurralou os policiais na Rua Sacopã.