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Paes e Witzel repetem acusações no penúltimo debate antes do 2º turno

Bruno Kaiuca/Jornal do Brasil -
Witzel e Paes participam de debate na SBT Rio nesta terça-feira (23)
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Os candidatos Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) participaram, nesta terça-feira (23), do penúltimo debate antes do segundo turno da eleição para o governo do Rio. No encontro, promovido pelo SBT, UOL e Folha de S. Paulo, os candidatos voltaram a trocar as acusações que já vêm predominando entre os dois. Corrupção, benefícios, fake news e até questionamentos sobre a proximidade com as propostas do candidato a presidente, Jair Bolsonaro (PSL), foram pontos recorrentes no encontro. 

Primeiro bloco

Os candidatos fizeram perguntas entre si, e inciaram a troca de acusações. Eduardo Paes voltou a questionar a relação de Witzel com o advogado Luiz Carlos Cavalcanti Azenha, condenado por ajudar na fuga do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha. Witzel afirmou que já esclareceu a questão e, ao apresentar sua pergunta, bateu na tecla da corrupção prejudicando o desenvolvimento do  Rio e paralisando obras. Paes reforçou que as obras da Transbrasil foram paralisadas pelo prefeito Marcelo Crivella "por incompetência". "Ele é seu aliado. A população do Rio está sofrendo. Para que não aconteça o mesmo no estado, é preciso governar com experiência."

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Witzel e Paes participam de debate na SBT Rio nesta terça-feira (23) (Foto: Bruno Kaiuca/Jornal do Brasil )

Witzel por sua vez afirmou que a marca do governo Paes na Prefeitura foi o não combate à corrupção. "No meu governo, só vai ter gente com passado limpo." Eduardo Paes voltou a relacionar nomes para quem Witzel teria advogado, e que estariam sendo investigadas. "Não é esquisito deixar a magistratura e advogar para tanta gente da Lava Jato?"

O candidato do PSC rebateu, afirmando se tratar de "mais uma fake news". "Quero restabelecer a ordem no nosso estado. Tenho contato com advogados que advogam para você, que é indiciado". Paes pediu direito de resposta. "Não sou indiciado nem processado, é mentira. Você deve estar constrangendo o Judiciário."

Segundo bloco

Jornalistas fizeram perguntas aos candidatos. Eduardo Paes foi questionado sobre sua relação com Jair Bolsonaro, e o perfil do candidato a presidente, apontado como "autoritário".

"Falo do que presencio. Fui deputado com ele, e ele nunca me disse que iria dar voz de prisão. Minha experiência com o deputado Jair Bolsonaro foi de respeito ao contraditório. Acho ruim os ódios na política brasileira. Não vi na atitude dele qualquer gesto de autoritarismo, pelo menos no convívio comigo."

Ainda abordando polêmicas envolvendo Bolsonaro, Witzel foi questionado sobre o episódio em que o filho do candidato, Eduardo, afirmou que "bastaria um soldado e um cabo para fechar o STF". Falando sobre a resposta do presidente da Corte, Dias Toffoli - que afirmou que atacar o STF era atacar a democracia - o candidato do PSC disse que a declaração era esperada, mas lembrou que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, minimizou a fala de Eduardo Bolsonaro.

Paes foi questionado sobre os governos Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão e sua relação com eles. "Convivi com três governadores (lembrando ainda de Francisco Dornelles), e depois com Lula, Dilma e Temer. Tinha responsabilidade institucional, e trouxe coisas para o Rio por isso. É assim que lido, sempre na questão institucional."

Witzel foi questionado sobre seus projetos para as comunidades e a política de enfrentamento. "Queremos é resolver o problema de acesso a essas comunidades. O Favela-Bairro não resolveu, e as UPPs também não. É preciso levar dignidade aos moradores. Vamos entregar títulos de propriedade aos moradores.  Houve abandono dessas comunidades."

Paes ainda foi questionado sobre a relação da Prefeitura com as empreiteiras, e as denúncias envolvendo obras da Olimpíada. "Tem que se investigar. Não vejo problema nenhum. Se houver caso de corrupção, que paguem pelos erros. Nunca temi isso."

Terceiro bloco

Mais uma vez, Witzel foi confrontado com declarações de Jair Bolsonaro, dessa vez minimizando o problemas das milícias. "Nosso programa envolve a firme investigação da lavagem de dinheiro. As milícias serão duramente combatidas. Não daremos trégua."

O candidato do DEM respondeu sobre propostas para proteger moradores de comunidades em operações policiais. "Vamos usar a inteligência. Confrontos causam mortes de inocentes, inclusive de policiais. Teremos ações mais cirúrgicas e trabalho preventivo."

Ainda a respeito das comunidades carentes, Paes falou que vai reativar o teleférico do Alemão e melhorar o transporte para os moradores. Por sua vez, Witzel destacou que o combate ao crime organizado "envolve treinamento de policiais". "Vamos dar treinamento adequado para fazer operações mais adequadas. Vamos preparar com planejamento. E vamos, sim, abater quem estiver de fuzil na mão."

Quarto bloco

Os candidatos voltaram a se confrontar. Paes questionou mais uma vez os benefícios recebidos por Witzel como juiz. "Recebeu auxílio moradia tendo casa própria, e ensinando engenharia para ganhar mais quatro mil reais. É uma postura ética para quem quer governar o Rio?"

Witzel novamente afirmou que já havia esclarecido os questionamentos. "Tudo que recebi foi legal. Trabalhei para isso."

Os candidatos trocaram acusações sobre composição de governo, com citações a Indio da Costa, filhos de Sérgio Cabral e parlamentares do PT. 

Nas considerações finais, o candidato do PSC voltou falar de Pezão e Cabral. "Peço que avaliem com critério essa votação do dia 28 para que vejam os propostas do meu governo. E eu estou com Bolsonaro."

Já o candidato do DEM pediu uma "reflexão" aos eleitores. "Você tem uma candidatura que conhece bem. Fui investigado, virado de cabeça para baixo e estou aqui. A candidatura de Wilson Witzel é desconhecida. Dele a gente não sabe nada. Cada dia é uma surpresa nova. É uma candidatura no minimo esquisita."

Tags:

debate | pa | SBT | wilson