Apesar de toda a confusão gerada no Fervo da Lud, megabloco de Ludmilla que deixou um saldo de 200 feridos na última terça-feira, no Centro, o Bloco das Poderosas, de Anitta, e o Monobloco estão mantidos neste fim de semana, conforme ficou determinado na reunião realizada ontem à tarde na prefeitura entre blocos os envolvidos, a Polícia Militar e o Ministério Público. A Riotur chegou a especular um reforço na segurança para os megablocos, fenômeno crescente que veio para ficar. Após a reunião, porém, o efetivo serão os mesmos 700 PMs escalados para os últimos megablocos.
Uma das críticas de especialistas a megablocos de cantoras, como Ludmilla e Anitta, é o evento criado em torno de uma única pessoa, com CPF, a exemplo dos blocos organizados no carnaval da Bahía. Nesses casos, seria mais coerente que eles próprios providenciassem a segurança, no entanto, pelo visto, este tipo de responsabilidade não foi atribuída a estes blocos, já que nenhuma decisão foi tomada neste sentido durante a reunião de ontem.
É certo que o número de foliões será superlativo. Estimam-se 400 carnavalescos no Bloco das Poderosas, cuja concentração começa às 7h de sábado, na Avenida Presidente Antonio Carlos, e outros 500 mil no Monobloco, domingo, a partir das 8h, no mesmo endereço. "Os blocos estão mantidos. O local (Avenida Presidente Antônio Carlos) é o mais adequado para grandes blocos. De 450 blocos, um deu problemas, que foi o de Ludmilla. De um universo de 1 milhão de pessoas, há pessoas que estão interessadas em fazer baderna, e não em se divertir", avaliou o presidente da Riotur, Marcelo Alves.
Outro planejamento mantido foi o dos postos de saúde para os megablocos: eles continuam na Praça Ana Amélia e na Rua da Carioca. Alves considera que o número de foliões do Ferv Lud não foi subestimado pela Riotur, apesar da quantidade de feridos. "São mais de 450 desfiles, fluindo muito bem. É um sucesso, os números comprovam isso. Megabloco é a partir de 250 mil, 350 mil pessoas. Aquela área da cidade" - referindo-se ao Centro, para onde os megablocos que saíam na Zona Sul foram deslocados no carnaval de 2019 - "está preparada para isso", concluiu.
A presidente da Riotur aproveitou o encontro para fazer um apelo aos foliões, para que evitem levar garrafas de vidro para os blocos. "Tivemos muitos problemas com garrafas de vidro. Nossos policiais foram muito atingidos por garradas de vidro", disse. Segundo ele, o comércio de garrafas de vidro é proibido por lei. "Só no bloco da Ludmilla, foram 850 garrafas apreendidas", estimou Marcelo Alves.