ASSINE
search button

Presidente da Cedae é demitido em meio à crise da água

Compartilhar

O presidente da Cedae, companhia estatal responsável pelo tratamento e distribuição na região metropolitana do Rio de Janeiro, Hélio Cabral, foi demitido nesta segunda-feira (10), em meio à crise da água pela qual passa o estado fluminense.

A demissão foi anunciada pelo governador do Rio, Wilson Witzel. O substituto de Cabral, já escolhido pelo governador, será Renato Espírito Santo, um funcionário de carreira da Cedae. As informações são da Agência Brasil.

Em nota, o governo do estado informou que, como representante do acionista controlador da Cedae, Witzel determinou a imediata demissão de Cabral.

“O governador também convocou, em caráter extraordinário, reunião do Conselho de Administração da Cedae para esta terça-feira (11) para tratar exclusivamente da substituição do ocupante do cargo de diretor-presidente da companhia” , diz o comunicado.

Desde o início de janeiro, moradores vêm relatando que o líquido está com gosto e cheiro de terra e, em alguns casos, aspecto barrento. A causa é uma substância orgânica chamada geosmina, produzida quando há muita alga e bactéria na água, que até agora não deu indícios concretos de malefícios à saúde.

No último dia 3, a Cedae identificou um grande volume de detergentes na água captada pela sua principal estação, a Guandu, e decidiu fechar as comportas, paralisando a operação por 15 horas.

A medida causou o desabastecimento de vários pontos e levou a Prefeitura do Rio (e a de Nova Iguaçu) a adiar em um dia o início do ano letivo na rede municipal, porque "muitas" das mais de 1.500 escolas estão sem água. Os alunos, que voltariam a estudar na última quarta (5) retornaram no dia seguinte.

O problema também fez com que a agência que regula o saneamento no estado (Agenersa) definisse prioridades no abastecimento: primeiro devem ser atendidas unidades de saúde e assistência a idosos, escolas, creches, presídios e "demais áreas sensíveis".

Entre as exigências à Cedae estão ainda o uso de carros-pipa, caso seja necessário, o envio de relatórios diários sobre o abastecimento e a realização de manobras na rede para reorganizar o atendimento à população. Não há, porém, um prazo definido para isso.

Para especialistas, a crise reflete uma mistura de estresse no sistema que abastece a região metropolitana do Rio com erros operacionais e falta de fiscalização. (FolhaPressSNG)