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Homem é morto pela polícia após manter reféns por quase 4 horas em ônibus na ponte Rio-Niterói

reprodução/ TV Globo -
Sequestrador chega a sair e colocar parte do corpo para fora do ônibus na Ponte Rio-Niterói
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Um homem foi morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro depois de sequestrar um ônibus executivo com mais de 30 passageiros nesta terça-feira na ponte Rio-Niterói por quase quatro horas, em um episódio que parou o trânsito na principal ligação entre as duas cidades, informou a Polícia Militar.

O sequestrador foi atingido por atiradores de elite que estavam posicionados desde cedo perto do ônibus. Um porta-voz da PM disse que nenhum refém ficou ferido. Alguns reféns foram liberados durante as negociações.

Após o desfecho do sequestro, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), chegou ao local e, ao descer do helicóptero, vibrou com o resultado da operação. O governador tem defendido que a polícia dispare contra pessoas que portam fuzis e tem sido criticado --e rebatido as críticas-- por organizações de defesa dos direitos humanos.

Em entrevista aos jornalistas no local, Witzel comemorou o resultado da ação, embora tenha reconhecido que não foi o melhor, já que o sequestrador foi morto.

"Primeiro eu quero agradecer a Deus por essa solução que, infelizmente, não era a melhor possível, o ideal é que todos saíssem com vida, mas nós tivemos que tomar a decisão de salvar os reféns. Primeira preocupação nossa é salvar os reféns, rapidamente solucionar o problema. O que nós assistimos foi um trabalho muito técnico da Polícia Militar. A todo tempo eu fiquei monitorando para fazer o meu trabalho como governador", disse.

"Nós não queremos que ninguém morra, mas alguém que está numa situação como essa, a polícia vai agir com rigor e não vai ter leniência com quem coloca em risco a vida de outras pessoas."

O governador aproveitou o caso do sequestro para voltar a defender que os policiais abatam pessoas que portem fuzis em comunidades, após críticas recentes por causa de casos em que inocentes foram mortos em ações policiais em favelas.

"Algumas pessoas às vezes não entendem o trabalho da polícia que, às vezes, tem que ser dessa forma. Se não tivesse abatido este criminoso, muitas vidas não seriam poupadas. Isso está acontecendo nas comunidades, eles estão de fuzil nas comunidades, aterrorizando as comunidades, isso é o que a gente viu", disse.

"Se a polícia puder fazer o trabalho dela, de abater quem estiver de fuzil, tantas outras vítimas serão poupadas", acrescentou.

Em Brasília, ao deixar o Palácio da Alvorada enquanto o sequestro ainda estava em andamento, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso de atiradores de elite em casos como o do sequestro na ponte Rio-Niterói.

Bolsonaro lembrou o caso do sequestro do ônibus 174, em 2000, também no Rio de Janeiro, quando uma vítima foi morta no momento em que a PM tentou disparar contra o sequestrador, que foi posteriormente morto sob custódia da polícia.

"Não foi usado o sniper. O que aconteceu? Morreu uma professora inocente, e depois esse vagabundo morreu no camburão. Os policiais no camburão foram submetidos a júri popular. Foram absolvidos por 4 a 3. Quase você bota alguns policiais, condena a 12, 30 anos de cadeia, por causa de um marginal como aquele do sequestro do 174. Não tem que ter pena", disse Bolsonaro.

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Sequestrador chega a sair e colocar parte do corpo para fora do ônibus na Ponte Rio-Niterói (Foto: reprodução/ TV Globo)

O sequestro começou pouco antes das 6h, e o sequestrador portava um líquido inflamável, um revólver, uma faca e uma arma de choque elétrico, segundo informou inicialmente a Polícia Rodoviária Federal.

O episódio mobilizou negociadores da tropa de elite da PM, agentes da Polícia Rodoviária Federal, homens da defesa civil e dos Bombeiros e da concessionária da ponte Rio-Niterói.

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rio | SEQUESTRO