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MP-RJ recebe relatório sobre ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Coaf apontou movimentação suspeita na conta de ex-funcionário

Wilson Dias/Agência Brasil -
Flávio e Jair Bolsonaro
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O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou nesta segunda-feira (10) ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) o relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que aponta movimentação de R$ 1,2 milhão no período de um ano na conta de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado estadual e filho do presidente eleito, Flávio Bolsonaro.

Segundo o relatório, Queiroz fez, entre 2016 e 2017, saques que somaram R$ 320 mil, além de ter descontado um cheque de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ele trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro até outubro deste ano, com salário registrado de R$ 8.517 mil. O Coaf alega que as movimentações são "incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira" do ex-assessor.

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Flávio e Jair Bolsonaro (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

Segundo Jair Bolsonaro, o cheque depositado na conta de sua mulher seria o pagamento de um empréstimo pessoal feito pelo presidente eleito, que é amigo pessoal da família. Bolsonaro disse que, por motivos de agenda e dificuldades para ir ao banco, pediu que o dinheiro fosse depositado na conta da esposa e que o valor total da dívida seria de R$ 40 mil, a serem pagos em parcelas de R$ 4 mil. Questionado sobre o porquê de não ter declarado o valor no imposto de renda, Bolsonaro disse: "se errei, arco com minha responsabilidade perante o Fisco".

O documento ainda apontou que R$ 159 mil dos R$ 320 mil sacados por Fabrício Queiroz foram retirados em uma agência localizada dentro do prédio da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O relatório foi elaborado para auxiliar a Operação Furna da Onça, que investiga deputados estaduais do Rio de Janeiro sobre uma suposta compra de apoio em votações da Alerj, mas acabou descobrindo movimentações suspeitas que totalizam R$ 200 milhões em contas de 22 funcionários Casa, que não estão no âmbito da investigação.