ASSINE
search button

Witzel vai pedir apoio à bancada de Pezão

Governador eleito quer garantir quórum para aprovar Orçamento

José Peres -
Witzel (no centro, com a palavra) apresenta oficialmente primeiros nomes do governo
Compartilhar

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, pretende trabalhar em conjunto com o governador Luiz Fernando Pezão para ter uma “base de sustentação” parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que garanta quórum para as próximas votações no plenário da Casa, incluindo a do Orçamento 2018.

Com 14% dos 70 deputados estaduais presos em consequência da Operação Furna da Onça, um pedido de verificação de quórum pode paralisar a pauta da Alerj e impedir a apreciação de projetos decisivos para o futuro governo, como a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), a prorrogação do Fundo Estadual de Combate à Pobreza ou o veto que envolve a privatização da Cedae.

“Espero que não tenham outros sobressaltos na Alerj. Vou trabalhar junto com [o governador] Pezão para conseguir a aprovação das medidas”, afirmou Witzel em coletiva de imprensa realizada, ontem, na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ).

Macaque in the trees
Witzel (no centro, com a palavra) apresenta oficialmente primeiros nomes do governo (Foto: José Peres)

Dentre os presos da Operação Furna da Onça está Affonso Monnerat, secretário de Governo de Pezão, indicado pelo atual governo para atuar na equipe de transição. Da lista também fez parte o deputado Chiquinho da Mangueira, do PSC, partido do futuro governador. Sobre o parlamentar de seu partido, Witzel disse que aguarda uma manifestação da executiva municipal do PSC para “tomar providências”.

Outro preso pela operação foi André Corrêa (DEM), pré-candidato à presidência da Alerj, que teve voto em seu favor declarado pelo líder do PSC na Assembleia, o deputado Márcio Pacheco. “Ninguém tem escrito na testa que será preso. Corrêa era um parlamentar no exercício do mandato”, justificou Witzel, que reafirmou sua neutralidade em relação à disputa pela presidência da Alerj.

Ele convocou a entrevista para apresentar os primeiros secretários que integrarão a equipe do futuro governo: Gutemberg Fonseca (Governo) e Otávio Leite (Turismo) — Sérgio Aureliano (RioPrevidência) não foi. Também apresentou Cassio Coelho como futuro diretor do Procon. Ao lado de Witzel, também estavam o vice-governador eleito, Cláudio Castro, e o coordenador da equipe de transição, José Luiz Zamith.

Ex-árbitro de futebol e dono de uma empresa de marketing digital, Fonseca é da “cota” do PSL no futuro governo. Não por acaso, deputados do partido acompanharam, da plateia, a coletiva, como Rodrigo Amorim e Alexandre Knoploch. Mudar o modelo de gestão e fazer as empresas “voltarem a sonhar com o Rio” são as metas de Fonseca.

Ao apresentar Otávio Leite, Witzel afirmou que o turismo será “o nosso novo petróleo” e a Turisrio a “nova Petrobras”, que irá captar recursos no mercado de ações para fomentar a atividade turística.

Candidato derrotado à reeleição, o ex-deputado federal pelo PSDB Otávio Leite afirmou que a meta será atrair 1 milhão de turistas, por mês, para o estado. Em 2017, o Brasil recebeu 6,5 milhões de estrangeiros, sendo o Rio o segundo estado mais procurado, atrás de São Paulo (com 2,1 milhões). Para atrair visitantes, ele vai trabalhar para conseguir mais voos para os aeroportos do Rio. Segundo Witzel, o objetivo é fazer com que o Rio volte a ser a porta de entrada para o Brasil, “e Copacabana, a porta de entrada para o estado”.

O advogado Cassio Coelho afirmou que seu objetivo será melhorar o atendimento do Procon com estabelecimento de convênios e “buscando a conciliação”.

O coordenador José Luiz Zamith disse que o intuito é “levar as boas práticas do setor privado” para a nova gestão. No dia 28 de dezembro, o projeto de 100 dias de governo será apresentado em um seminário.

Também acompanharam a coletiva o deputado federal Felipe Bornier (PROS) e o estadual Pedro Fernandes que, recém-operado no quadril, foi para o local usando muletas.

Tags:

governo | Pezão | rio | witzel