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Elephant Parade toma conta da cidade

Marcos Tristão -
"O rei é o cara" é uma das três esculturas criadas por Ziraldo para a exposição ao ar livre, que espalha 66 trabalhos pela cidade
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“De-Boa”, “Saideira” e “Descolado”, são alguns dos nomes bem cariocas entre as 66 esculturas confeccionadas por artistas locais, em tamanho real, de elefantes bebês, que começaram a invadir a cidade na Elephant Parade, no início do mês. Versão semelhante à Cow Parade, que também já andou por aqui com suas vaquinhas, foi criada em 2006 na Tailândia, nascida da comoção dos holandeses Mark Spits e Mike, pai e filho, ao conhecer a bebê elefanta Mosha, que perdera uma perna após pisar em uma mina terrestre. Rapidamente o projeto espalhou-se pelo mundo. A manada vai permanecer nas ruas de Norte a Sul do Rio — com ênfase na orla e nos pontos turísticos — até o dia 29, quando as esculturas serão leiloadas no Hotel Copacabana Palace. Os recursos irão para entidades carentes, projetos de preservação de elefantes e para os próprios artistas.

Entre os convidados a participar do projeto, está o cartunista Ziraldo, que criou três esculturas — “O rei é o cara”, instalada em Ipanema; “I love Rio”, em Copacabana; e “Morro de amor pelo Rio”, na Urca, perto do Pão de Açúcar, todas na Zona Sul —, finalizadas pelo artista Levi Cintra por conta de problemas de saúde do mestre. A edição carioca também inovou na confecção de uma escultura com a participação de crianças de baixa renda de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, alunos do artista Robnei Bonifácio. Foi daí que nasceu o filhote De-Boa, instalado na Cinelândia, no Centro da cidade. Para o Saideira, por sua vez, foi escolhido um cenário que tem tudo a ver: a Lapa. Cada uma das peças foi viabilizada pelo patrocínio de várias empresas diferentes.

Macaque in the trees
"O rei é o cara" é uma das três esculturas criadas por Ziraldo para a exposição ao ar livre, que espalha 66 trabalhos pela cidade (Foto: Marcos Tristão)

Alguns deles têm as patas presas por correntes, para chamar a atenção do drama vivido por esses animais ameaçados de extinção, que não chegam a 50 mil exemplares distribuídos em 13 países asiáticos. Já houve uma redução de 95% dos habitats onde eles viviam e de 70% na população nos últimos 100 anos. Com dimensões uniformizadas, cada escultura tem 1,46 m de altura, 1, 66 m de comprimento e 0,75m de largura.

Desde o início, o público pôde acompanhar o processo de pintura das obras num ateliê aberto em um shopping da Barra da Tijuca, um dos quatro patrocinadores oficiais do evento. Segundo o sócio-diretor da Elephant Parade, Giovane Pasa, e evento é uma das exposições de arte ao ar livre mais impactantes do mundo, “estima-se que já visitada por 100 milhões de pessoas”, acrescentou. Em sua 27ª edição, a parada já passou por Londres, Hong Kong, Amsterdã, Milão e São Paulo. Embora exista na versão carioca um elefante batizado de Oriente, ninguém lembrou de chamar um deles de Ganesha, um dos mais populares deuses do hinduísmo cuja cabeça é...um elefante.

Outra novidade que promete agitar a cidade com a chegada do verão é a instalação de patinetes de aluguel, nos mesmos moldes das bicicletas do Itaú, via aplicativo. A empresa ainda não adianta detalhes, mas a previsão é que o sistema entre em funcionamento até dezembro.