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Espionagem na ONU

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A presidente Dilma Rousseff tem a oportunidade de verbalizar hoje, em Nova York, na abertura da Assembleia Anual da ONU, a indignação internacional contra a espionagem de dimensões globais levada ao cabo pelos serviços secretos dos Estados Unidos.

Sob o pretexto da guerra sem fronteiras contra o terrorismo, o governo norte-americano monitora a comunicação pessoal de chefes de estado, agências oficiais e empresas. A violação da privacidade alcançou milhões de indivíduos no Brasil e no mundo. Um cenário de proporção tal que impõe uma agenda mundial para a preservação dos direitos fundamentais da pessoa humana,  a preservação do Direito Internacional e a proteção e cumprimento dos acordos entre as nações.

O Brasil desfruta de reconhecimento mundial como um país voltado para a paz, adepto da solução diplomática dos conflitos internacionais, que não são poucos. Tratar da questão da espionagem com a indignação e firmeza que a gravidade da interferência norte-americana exige, e ao mesmo tempo dedicando ao problema uma abordagem inteligente e criativa é o maior desafio que enfrenta a nossa presidente, no momento.

Mas, a agenda é extensa. Envolve, num aspecto, necessário posicionamento de rejeição a um ataque militar ocidental contra a Síria, e um apoio efetivo ao reconhecimento completo da ONU do Estado Palestino, o caminho para a paz entre palestinos e israelenses. Ao mesmo tempo, espera-se do Brasil, na condição de país que promoveu em 2012 a Rio+20, o maior encontro mundial realizado pela ONU, uma nova ênfase na negociação dos acordos climáticos globais, com vistas à conferência de Varsóvia, no final do ano.

Dilma não volta aos Estados Unidos em 2013. Declinou da noite de gala com Barak Obama na Casa Branca, em outubro. Não cairia bem uma valsa nessa hora.

*Pedro Simon é senador da República.