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Alckmin: Governo Lula terá imunização como prioridade

Em entrevista coletiva, o vice-presidente eleito disse que o novo governo estuda vincular o acesso a benefícios sociais à vacinação, e investir em campanhas de conscientização

Por POLÍTICA JB
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Publicado em 05/12/2022 às 05:00

Alterado em 05/12/2022 às 10:13

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, durante entrevista coletiva Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), disse que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende colocar em prática uma ampla campanha de vacinação em janeiro, logo após a posse.
A declaração foi dada na noite desse domingo (4), em uma coletiva na saída de uma reunião com especialistas do Grupo de Transição da saúde, realizada no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Alckmin afirmou que a cobertura vacinal no Brasil tem caído, e não só em relação à imunização contra a covid-19, e disse que o novo governo estuda medidas de como vincular a imunização ao acesso a benefícios sociais.

"Você teve uma queda de vacinação, não só de covid, no Brasil inteiro. [...] Há a necessidade, inclusive, de vincular [a vacinação] com outros programas. O Bolsa Família deve exigir a carteira de vacinação. A matrícula escolar [tem de] exigir a carteira de vacinação", disse Alckmin.

O vice-presidente afirmou que será necessária uma campanha de conscientização para convencer a população a se vacinar e imunizar os filhos.

Alckmin também afirmou que, para que tais medidas sejam implementadas, será necessário um adicional de R$ 22 bilhões que não estão previstos no Orçamento de 2023.

"Porque quase não tem recurso para a Farmácia Popular e quem tem doença crônica precisa tomar remédio. A questão da remuneração [a tabela] do SUS, é preciso verificar os casos mais graves para não inviabilizar o atendimento. Há um compromisso do presidente Lula de zerar as filas de especialidades, exames e cirurgias. Prioridade sem orçamento é discurso, precisa ter recurso", disse Alckmin.

O Orçamento de 2023 vem sendo alvo de intenso debate no Congresso, uma vez que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) vai deixar um déficit estimado em pelo menos R$ 100 bilhões.

O governo do presidente eleito tenta reformatar o orçamento para incluir despesas que foram deixadas fora da conta, como a merenda escolar, Farmácia Popular e o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 reais mensais, além de promessas de campanha de Lula, como um adicional de R$ 150 por criança a beneficiários do Bolsa Família, e o reajuste real do salário-mínimo. Para isso, será necessário manter parte das despesas fora do teto de gastos, o que vem gerando controvérsia entre economistas e parlamentares. (com agência Sputnik Brasil)