POLÍTICA
Aliado de Lira é preso pela PF de Alagoas por desvio de dinheiro do 'orçamento secreto'
Por JORNAL DO BRASIL com Diário do Centro do Mundo
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Publicado em 22/08/2022 às 12:35
Alterado em 22/08/2022 às 12:39
Ezequiel Vieira - Na manhã desta segunda-feira (22), o aliado político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o prefeito da cidade de Rio Largo (AL), Gilberto Gonçalves (PP), foi preso pela Polícia Federal após mandados de busca e apreensão por desvios de verbas públicas do município na operação chamada de Beco da Pecúnia.
Ele é apontado em um esquema de desvio de dinheiro da saúde e educação. De acordo com o inquérito da PF, Gonçalves teria desviado dinheiro da Prefeitura usando empresas de fachada. O município recebeu mais de R$ 15 milhões em emendas do orçamento secreto apenas em 2021.
A investigação apontou que R$ 10,6 milhões em repasses feitos pela prefeitura de Rio Largo às empresas Litoral e Reauto foram sacados por funcionários das firmas na boca do caixa, entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2022.
Segundo o advogado Fábio Gomes, que responde pela defesa do prefeito, Gilberto foi alvo de um mandado de prisão preventiva porque estaria atrapalhando as investigações da Polícia Federal.
A investigação aponta que as contratações e respectivos pagamentos para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos realizados pelo município de Rio Largo, em favor de duas empresas, teriam ocorrido de forma irregular.
Ainda segundo a PF, entre 2019 e 2022, foram realizados R$10,6 milhões em 245 saques “na boca do caixa” de contas dessas empresas, dessas, 185 foram no valor individual de R$ 49 mil, logo após terem recebido recursos de contas do município de Rio Largo, isso porque o sistema de controle do Banco Central/COAF prevê a obrigatoriedade das instituições bancárias informarem automaticamente transações com valores iguais ou superiores a R$ 50 mil.
O inquérito foi iniciado em abril de 2021, após representação da procuradoria do município de Rio Largo e o pedido da PF a Justiça de quebra do sigilo bancário e fiscal, o sequestro de bens e a prisão preventiva de alguns investigados, inclusive do prefeito.