POLÍTICA

Por temer violência, órgãos internacionais já se articulam e acompanham eleição no Brasil

OEA, ONU e Comissão Interamericana de Direitos Humanos já estão marcando reuniões e se comunicando com entidades brasileiras para evitar que incursões violentas possam acontecer em outubro, devido às recentes declarações do presidente Bolsonaro

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 27/05/2022 às 17:51

Alterado em 27/05/2022 às 17:53

A presidente da Comissão Interamericana, Julissa Mantilla Falcón Foto: reprodução

Devido à recente escalada de tensão entre o Executivo e o Judiciário, órgãos internacionais não vão esperar até outubro para monitorar o processo eleitoral brasileiro, segundo a coluna de Jamil Chade, no Uol.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o escritório regional do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos já iniciaram contatos para poder acompanhar as campanhas no país, enquanto reuniões acontecem entre membros da sociedade civil e organismos internacionais para monitorar e acompanhar os riscos do pleito deste ano.

Na semana passada, relatores das Nações Unidas receberam informações e mantiveram encontros com ativistas que denunciaram os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o Judiciário, em pleno ano eleitoral.

Nessa quinta-feira (26), o tema da campanha já foi alvo de uma reunião fechada entre grupos de ativistas brasileiros e a presidência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

As entidades pediram que o órgão regional garantisse que seus representantes estivessem na delegação de observadores que a OEA pretende enviar para monitorar as violações de direitos humanos que ocorram durante as eleições.

O encontro terminou com o compromisso assumido pela Comissão Interamericana de realizar uma reunião a cada dois meses para que possa ser atualizada sobre o cenário brasileiro. Durante o encontro, a presidente da Comissão Interamericana, Julissa Mantilla Falcón, relatou que já está em diálogo com a OEA e com o Alto Comissariado da ONU para realização de observação das eleições brasileiras pelos órgãos estrangeiros.

Além das entidades citadas, o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciou no dia 17 de maio que o pleito brasileiro teria mais de 100 observadores internacionais, incluindo membros da União Europeia. O anuncio causou mal-estar entre o Itamaraty e o tribunal, uma vez que a chancelaria brasileira divulgou publicamente que vê com "estranheza" a presença de observadores europeus.

Quem também não gostou da ideia foi o próprio presidente da República, que ironizou a presença de tais membros perguntando se eles teriam "acesso ao código-fonte" das urnas eletrônicas brasileiras.

Enquanto isso, de acordo com a pesquisa Datafolha publicada dessa quinta (26), o índice de reprovação do governo Bolsonaro chegou a 48%. Os que consideram regular 27% e os que o avaliam como ótimo ou bom 25%. A porcentagem dos que não quiseram opinar foi de 1%. (com agência Sputnik Brasil)

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