POLÍTICA
Delegados da PF rechaçam o 'marketing político' feito por Bolsonaro com a imagem da corporação
Por POLÍTICA JB
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Publicado em 21/04/2022 às 18:02
Alterado em 21/04/2022 às 18:08
A indignação da Polícia Federal com o reajuste de 5% concedido à classe pelo governo Bolsonaro segue gerando novas ações da corporação.
Nesta quinta (21), os delegados da PF anunciaram a aprovação de uma série de medidas em reação ao que chamam de "clara omissão" do governo em relação à reestruturação do órgão e ao valor do aumento salarial, segundo o Estadão.
Entre as ações previstas, estão a recomendação para que delegados não realizem viagens em missão sem o pagamento prévio de diárias e o envio de um ofício ao diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, para que em 30 dias ele estabeleça critérios para compensação ou remuneração do sobreaviso da classe.
Manifestações também vão acontecer no dia 28 em todo país. Os delegados falam em carreatas e protestos em frente às unidades dos órgãos. A corporação ainda quer marcar reuniões com presidenciáveis para "expor a necessidade de um verdadeiro compromisso com a valorização dos policiais da União, o que não ocorreu nos últimos anos".
Além disso, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) aprovou um indicativo de paralisação das atividades juntamente com as associações que representam a categoria, o que será ratificado ou não em uma assembleia geral extraordinária prevista para o dia 2 de maio.
Ao mesmo tempo, o órgão chama atenção para o uso da imagem da PF como "ferramenta publicitária" pelo governo.
"Caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político", afirmou a ADPF em nota.
Nas reivindicações da classe, estão sendo solicitadas melhorias em uma série de aspectos, como sobreaviso remunerado, aumento dos valores das diárias, plano de saúde, estruturação de apoio psicológico, a reestruturação das carreiras policiais federais e a necessidade de mandato para diretor-geral da corporação com lista tríplice.
Desde que o reajuste de 5% para policiais e delegados federais foi divulgado pelo governo na última quinta-feira (14), a PF tem demonstrado sua insatisfação, uma vez que esperava um aumento entre 16% e 20%. O órgão chegou a dizer que o porcentual oferecido é "uma quebra desleal de compromisso". (com agência Sputnik Brasil)