O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a atacar os servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) durante uma "live" realizada na noite dessa quinta-feira (16) por conta da liberação das vacinas anti-Covid para crianças de 5 a 11 anos.
"Eu pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para 5 a 11 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas. A responsabilidade é de cada um. Mas, agora mexe com as crianças, então quem é responsável por olhar as crianças é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos de idade e vou estudar com a minha esposa bastante isso aqui", disse ao vivo.
Enquanto Bolsonaro diz que não se vacinou contra a doença, mas impôs sigilo de 100 anos em sua caderneta de vacinação, sua esposa, Michelle, revelou que foi imunizada durante uma viagem aos Estados Unidos.
Em outubro, diretores da Anvisa foram ameaçados de morte caso aprovassem vacina contra a Covid para crianças.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) December 17, 2021
A aprovação saiu ontem.
O que Bolsonaro fez?
Disse que vai divulgar os nomes dos técnicos que fizeram a aprovação.
É um miliciano, não um presidente.
Essa não é a primeira vez que o presidente ataca os servidores da Anvisa que, inclusive, pediram proteção por conta das constantes ameaças violentas que sofrem por liberarem as doses para os adolescentes com mais de 12 anos.
Bolsonaro, por meio do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, até conseguiu suspender a vacinação dessa faixa etária por um momento, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu o direito dos jovens de se vacinar.
Cientista que estuda uma forma de imunizar e salvar crianças é enxovalhado... Quem faz rachadinha, desmata a Amazônia com garimpo ilegal ou trabalha contra a democracia é condecorado. Que país é este
— André Rizek (@andrizek) December 17, 2021
Atualmente, diversos países no mundo já vacinam as crianças contra a Covid-19 e também usam a fórmula da Pfizer/BioNTech, que é de 1/3 da quantidade da fórmula dos adultos. Entre eles, estão Estados Unidos e todos os países-membros da União Europeia. Já China e Chile, por exemplo, também usam a CoronaVac para esse grupo. (com agência Ansa)