POLÍTICA

STF dá ordem à Polícia Federal para retormar investigação contra Bolsonaro

O inquérito, aberto em 2020 a pedido da PGR, tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro que assegurou que o presidente tentou interferir em apurações da PF ao cobrar troca do chefe da corporação no Rio de Janeiro

Por JORNAL DO BRASIL, [email protected]
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Publicado em 30/07/2021 às 18:29

Alterado em 30/07/2021 às 18:32

Ministro do STF Alexandre de Moraes Reuters/Adriano Machado

A ordem é do ministro Alexandre de Moraes.

O julgamento sobre o caso está marcado para setembro e, de acordo com Moraes, a PF não precisa mais aguardar a definição (pelo Supremo) sobre o formato do depoimento de Bolsonaro, se por escrito ou presencial.

Na decisão, o ministro afirmou que há diligências pendentes para a PF cumprir que podem ser executadas independentemente do depoimento.

Troca de mensagens em 2020

Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir em investigações da Polícia Federal ao cobrar a troca do chefe da PF no Rio de Janeiro e ao exonerar o diretor-geral da corporação, e que teria como prova da interferência uma troca de mensagem entre os dois em 2020.

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", teria dito Bolsonaro através de mensagem endereçada a Moro.

Desde o começo das investigações, Bolsonaro nega ter tentado interferir na corporação, entretanto, de acordo com o ex-ministro, ao mencionar a palavra "segurança" nas mensagens, o presidente se referia à Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Do outro lado, o chefe do Executivo argumenta que a palavra "segurança" se referia à sua segurança pessoal, exercida pelo Gabinete de Segurança Institucional, e não à PF.

No entanto, teria ficado evidente que os seguranças de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que contesta a versão do presidente. (com agência Sputnik Brasil)