POLÍTICA

'Preciso salvar o governo', diz Bolsonaro após confirmação de Ciro Nogueira na Casa Civil

Ao tirar fiel amigo do cargo de ministro-chefe da Casa Civil, Bolsonaro choca militares, mas segue em frente com seu plano visando a não deixar governo desmantelar de vez diante de todas as turbulências que vem enfrentando

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 25/07/2021 às 07:43

Alterado em 25/07/2021 às 07:45

Bolsonaro encurralado pelo centrão Foto: Folhapress / Pedro Ladeira

O presidente Jair Bolsonaro confirmou na sexta-feira (23) que o cargo de chefe da Casa Civil será ocupado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), entretanto, ao fazer tal movimento, Bolsonaro tira seu fiel amigo, general Luiz Eduardo Ramos, do cargo.

Para sustentar tamanha mudança, o presidente justificou assim:"preciso salvar o governo".

Senador e presidente do Partido Progressistas (PP), Nogueira é um dos mais influentes do centrão, bloco de legendas que hoje dá sustentação política ao presidente, e assumirá a Casa Civil com a missão de melhorar a articulação política do Palácio do Planalto e afastar ainda mais as ameaças de impeachment.

No passado, presidentes que não estabeleceram uma dinâmica próxima às legendas do centrão acabaram sofrendo processo de impeachment, como foi o caso do hoje senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL) e Dilma Rousseff (PT).

Bolsonaro causou "decepção total" na ala militar ao tirar o general do cargo, de acordo com o blog de Bela Megale. Ramos disse que está "em choque", apesar de ter afirmado que nada mudará entre ele e o presidente.

"Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem", disse o general.

Bolsonaro enfrenta uma série de questões que enfraqueceram o seu polêmico governo: CPI da Covid no Senado, quase 600 mil mortes pela pandemia; acusações de corrupção no Ministério da Saúde, 127 pedidos de abertura de processo de impeachment na Câmara e alto índice de reprovação popular. (com agência Sputnik Brasil)