ARTIGOS
O máximo possível
Por TARCISIO PADILHA JUNIOR
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Publicado em 05/04/2023 às 20:15
Alterado em 05/04/2023 às 20:15
Deveríamos cuidar dos filhos
como um bem sagrado
Zilda Arns
As interações entre pessoas dão origem a organizações melhores do que aquelas que o Estado pode vir a criar.
A concorrência dos homens e das ideias não pode ser o único princípio de organização num mundo globalizado. Exigência moral, tensões sociais, vantagens econômicas devem ser consideradas.
"Estamos no mundo não para olhar como coisas são, mas para transformar a realidade", sustenta Richard Rorty.
As ações humanas contrastam nos campos: entre moral e vida privada, entre moral e direito, entre moral e ciência, entre moral e desenvolvimento tecnológico, entre moral e o mundo dos negócios.
Cenário tecnológico atinge profundamente antigas representações que sustentavam grandes edifícios da cultura.
Precisamos, hoje, de instituições políticas e econômicas capazes de permear a generosidade pelo tecido social, através de um núcleo estável de valores partilhados no cerne das comunidades.
A relativização de todas as crenças e de todos os valores destrói coerências sobre as quais eles se estabeleciam.
Daí hoje o modo de existência em que cada indivíduo encontra-se ao mesmo em toda parte e em parte alguma. Potencialmente, parece que nosso entorno pode ser apreendido através da ação.
Mas é pelo conteúdo da cultura que a existência humana eleva-se acima da ordem dos fatos ou formas de vida.
Nós professores devemos criar oportunidades para abordar, refletir e contextualizar questões e temas relevantes. Desenvolvimentos são na verdade sempre decorrências de construções coletivas.
Em um ambiente de incerteza e risco, agir no mundo, envolver-se com ele, é efetivamente optar por alternativas.
A individualidade tem sido bastante valorizada em sociedades modernas, assim como o cultivo de seu potencial, decorrentes da ruptura percebida com padrões estabelecidos de comportamento.
Fazer recuar o máximo possível o individualismo irresponsável bem pode ser tarefa empreendida por todos nós.
Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Multifoco, 2019)