ARTIGOS
Não esperamos do governo
Por TARCISIO PADILHA JUNIOR
[email protected]
Publicado em 03/11/2021 às 09:55
Alterado em 03/11/2021 às 09:55
Entrega fora de hora
e posse fora de hora.
Carlos Drummond de Andrade
Nação é o lugar de uma história em comum - ou seja, alegrias e desgraças em comum -, e portanto de um destino compartilhado.
"Infelicita-se o povo se aqueles a quem se confiou, pretendendo ocultar sua própria corrupção, corrompê-lo", disse Montesquieu.
Os processos temporais concretos de acontecimentos apresentam um fio condutor conforme o sentido da história.
Este sentido se faz nos fatos e por meio deles, mediante a construção de narrativa que se possa manter por longo tempo.
Eleições tendem a ser ganhas ou perdidas num ou dois tópicos: na atual conjuntura, talvez economia e corrupção. O desenrolar dos recentes acontecimentos nos obrigam a reconhecer as questões cruciais que pesam sobre nossas preocupações.
Atualmente muitos percebem, sobretudo os jovens, que a política brasileira se tornou tão somente uma questão de administração.
A capacidade de agir com base em nossas crenças pode aumentar à medida que ampliamos o próprio raio de ação dentro do qual estamos preparados para nos mover. Consciência aguda de que jamais agiremos significa falta de liberdade.
Nesses dias que correm, a sociedade organizada em rede constantemente abre espaço para as decisões individuais. Apresentam-se oportunidades que podem ser aproveitadas ou perdidas. Aparecem encruzilhadas com escolhas por fazer.
Não esperamos do governo que represente um ideal comum a todos, apenas que permita cada um ir em busca do seu.
Engenheiro, é autor de "Por Inteiro" (Multifoco, 2019)