Uma operação da Polícia Civil prendeu, na segunda-feira, 25, um servidor da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), suspeito de destinar lotes da reforma agrária a famílias que não preenchem os requisitos, em troca de propina. O investigado foi preso no escritório do órgão em Rosana (SP), no Pontal do Paranapanema, em cumprimento a mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. Outras oito pessoas estão sendo investigadas no âmbito da Operação Tellus.
A Fundação Itesp é responsável pela reforma agrária em terras devolutas do Estado. Além de prender o servidor, os agentes da Polícia Civil fizeram buscas no escritório do órgão e apreenderam documentos e um telefone celular. Conforme o delegado Ramon Euclides Pedrão, a denúncia que deu origem à investigação partiu da própria fundação, ao detectar irregularidades na conduta do servidor.
O servidor, cujo nome não foi divulgado, teria alterado dados cadastrais para beneficiar duas famílias do Estado do Paraná com lotes em assentamentos do oeste paulista. Uma das exigências do programa de reforma agrária é de que a família resida há pelo menos dois anos na região. Em troca, o servidor receberia propina de R$ 3 mil por lote - num dos casos, o dinheiro já teria sido entregue a ele.
O funcionário preso não teve a identidade divulgada pela polícia para não prejudicar as apurações, pois há outros investigados pelos mesmos crimes - associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e falsificação de documento público.
A Fundação Itesp informou que, assim que a irregularidade foi detectada, instaurou processo administrativo, com consequente instauração de sindicância. O Itesp denunciou o caso à Polícia Civil. "Esta é uma situação atípica que tem de ser punida rigorosamente, em nome da integridade e da precisão do trabalho que a instituição presta aos beneficiários atendidos", informou a entidade por meio de nota.