O presidente Michel Temer anunciou ontem, em pronunciamento na TV e no rádio, o reajuste de 5,67% no valor do Bolsa Família. O percentual ficou acima da inflação, como defendiam os auxiliares mais próximos do presidente, em contraposição à proposta da equipe econômica. “Nesse primeiro de maio, o presidente da República não podia deixar de mostrar serviço. Por isso, anuncio que acabo de autorizar o reajuste do Bolsa Família”, disse o presidente, na gravação antecipada no Twitter. O reajuste foi sacramentado ontem, em reuniões com Temer, e confirmado à tarde pelo Ministério do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame.
“Também renovei o programa Luz para Todos, que beneficiará mais de 2 milhões de pessoas que não têm sequer um bico de luz. O projeto do novo salário mínimo está encaminhado, será o maior salário mínimo da nossa história”, afirmou Temer. Além dos programas sociais, Temer diz que os 14,2 milhões desempregados no Brasil não devem perder a esperança. “Você trabalhador que procura trabalho, não perca a esperança. O Brasil está crescendo, e, a cada dia, estamos criando mais postos e mais oportunidades”, disse o presidente na gravação de 4 minutos e 30 segundos.
O último reajuste do Bolsa Família foi anunciado em junho de 2016, logo após a posse de Temer, com aumento de 12,5%. O Bolsa Família atende a 13,8 milhões de famílias com renda per capita até R$ 85,00 mensais, ou até R$ 170,00 mensais quando inclui crianças ou adolescentes até 17 anos. O Orçamento previsto para o programa é de R$ 28,2 bilhões.
O ministro Beltrame informou que o reajuste entra em vigor na folha do mês de julho. O impacto estimado para este ano é de R$ 684 milhões. A equipe econômica preferia um reajuste apenas para repor a inflação de 2017, mas a ala política do governo defendeu saiu vitoriosa. Com a decisão de dar aumento real aos beneficiários do Bolsa Família, os técnicos da área econômica terão agora que fazer os cálculos para acomodar o custo do reajuste dentro do Orçamento deste ano.