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Esquivel e Boff aguardam autorização para visitar Lula

Os dois amigos do ex-presidente estão desde cedo aguardando liberação da Justiça

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O argentino Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, junto do teólogo Leonardo Boff, aguardam autorização para vistar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Polícia Federal de Curitiba desde 7 de abril.

“Não pude ver Lula, tenho de esperar. São decisões deles. Eu gostaria que autorizassem minha entrada com o Leonardo Boff”, afirmou ao deixar o prédio. “A juíza está vendo o que fazer, e vou esperar. Não posso falar mais nada até o momento, já informei que amanhã viajo a Buenos Aires”, completou Esquivel.

Na ocasião, Boff afirmou que hoje prevalece o estado de exceção e a prisão ilegal de Lula é fruto de julgamento parcial. 

O teólogo passou a manhã sentado diante do prédio da Superintendência aguardando a autorização para visitar o ex-presidente. “Eu que sou velho amigo de Lula vim em uma missão espiritual cumprir o evangelho de São Mateus: ‘Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”, explicou. “Como uma lei divina pode ser negada por uma juíza terrena?”

Espera-se que após a visita, Esquivel e Boff falem com os militantes do acampamento Lula Livre.

Autorização

A juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela custódia do ex-presidente, negou ontem a autorização para que o argentino faça a visita.  

“Efetivamente, não há fundamento legal a amparar a pretensão deduzida”, disse a juíza no despacho, justificando que o direito dado a órgãos internacionais não são estendidos a órgãos sociais de caráter não governamental, já que, embora seja entidade consultiva das Nações Unidas, a Serpaj não a integra.

Esquivel protocolou por meio de seus advogados dois documentos junto ao judiciário do Brasil no Paraná, com relação à visita. No primeiro documento, formalizou pedido para visitar Lula no cárcere. Por meio de seu advogado, Lula respondeu que não só autorizava, como desejava ver o amigo argentino. 

“Segundo a convenção, um Nobel da Paz pode circular pelo país todo, entrar nas favelas, nas prisões. Ele veio em nome da solidariedade, da humanidade”, explicou o teólogo Leonardo Boff.

As advogadas de Esquivel encaminharam uma petição ao Supremo Tribunal Federal e cópias do pedido de inspeção através de oficio para o Conselho Federal da OAB, a OAB- PR, a Presidenta do CNJ e do STF Ministra Carmem Lucia, e MPF dos Direitos do Cidadão.

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Durante a visita ao Brasil, o ativista dos direitos humanos afirmou que vai indicar, em setembro, o nome de Lula para o Prêmio Nobel da Paz. "O nome [de Lula] conta com a força do trabalho [que ele desenvolveu em favor dos] mais necessitados, pobres e marginalizados. Ele tirou da pobreza extrema mais de 30 milhões de brasileiros", disse.