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Mídia internacional repercute depoimento de Lula

Jornais da América Latina, Europa e EUA destacaram oitiva

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O primeiro depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro ganhou destaque na grande imprensa internacional nesta quinta-feira (11). 

O jornal norte-americano The New York Times informou no título de sua reportagem que "Lula compareceu ao tribunal para enfrentar acusações de corrupção" e fez um relato do encontro. Falou sobre as suspeitas contra Lula, informou que Moro lidera a maior investigação sobre corrupção da história do Brasil e contou como foi a tarde de perguntas e respostas na capital paranaense.

Times descreve que logo no início da audiência, Moro assegurou a Lula que ele estava ali para prestar depoimento e não ser preso, como alguns suspeitos da investigação já foram. Poucos minutos depois, Moro disse que teria perguntas "difíceis" para Lula.

- Não há perguntas difíceis, senhor - respondeu Lula. "Quando se fala a verdade, não há perguntas difíceis", acrescentou o ex-presidente. 

Para o espanhol El País "Lula fez de sua declaração ao juiz uma exibição de poder político", diz o título. O ex-presidente, que pretende ser candidato nas eleições presidenciais de 2018, reuniu milhares de seguidores diante do tribunal, ressaltou o diário. 

A britânica BBC noticiou que o ex-presidente Lula foi questionado sobre corrupção, enquanto The Guardian relatou que o encontro reuniu o presidente mais popular da história brasileira, referindo-se a Lula, e o herói nacional que prende ricos e poderosos, referindo-se a Moro. Após a audiência, Lula e Dilma Rousseff fizeram discursos inflamados para uma grande multidão, que entoava e gritava seu nome: "Lula, guerreiro do povo brasileiro". O caso, segundo o jornal, está dividindo o Brasil.

O argentino Clarín exclamou em sua manchete "Curitiba blindada e dividida entre duas mobilizações", expressando o estado em que se encontrava a cidade onde ocorreu o primeiro depoimento de Lula ao juiz Moro, com manifestações de apoio para o ex presidente e também a Lava Jato.

Em meio a essa "bipolaridade", diz o Clarín, o magistrado recebeu Lula para o primeiro "face-a-face". Uma barreira gigantesca de centenas de policiais militares vestindo coletes à prova de balas e armados até os dentes, impediam qualquer proximidade das mobilizações com o fórum judicial. O noticiário comenta que nem isso impediu que Lula fizesse contato com seus apoiadores e fala que o juiz Moro tomou várias precauções para evitar que Lula roubasse a cena, como por exemplo, proibir a transmissão on-line e a filmagem pelos advogados de defesa. 

China Daily informou que o depoimento atraiu milhares de simpatizantes do ex-presidente e do juiz Sérgio Moro.

O jornal francês Le Figaro destacou que que "o Brasil ficou em estado de suspense no primeiro confronto entre as duas personalidades mais populares do país: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu no escândalo da Lava Jato, e de Sérgio Moro, o juiz em guerra contra a corrupção". Lula é um carismático político de 71 anos, guerreiro das lutas sindicais, enquanto Sergio Moro é um incansável juiz de 44 anos, dedicado a uma vida quase monástica, relata o vespertino.

Le Figaro complementa com a informação de que milhares de simpatizantes de Lula vieram de todos os cantos do país, vestidos de vermelho, demonstrar seu suporte diante do palácio da justiça do Paraná. Em contrapartida, analisa o texto, Moro pediu para que seus "torcedores" não fossem a Curitiba. 

O jornal argentino Página 12 publicou uma longa matéria sobre a primeira vez em que Lula da Silva e o juiz Sergio Moro estiveram cara a cara para o depoimento do ex-presidente. Para o diário, a obsessão por parte do magistrado em prender Lula é cada vez mais intensa e descreve o encontro que durou cinco horas e dez minutos. Página 12 afirma que durante o depoimento, Lula respondeu perguntas com firmeza e algumas vezes foi contundente quando confrontado pelo magistrado. Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, foi confrontado várias vezes pelo juiz Moro, especialmente quando Moro tentou misturar outros processos onde Lula responde.

De acordo com o jornal francês La Croix, a teoria de complô de Lula funciona. Para uma boa parte da população, a destituição de Dilma Rousseff foi um golpe de Estado e Sérgio Moro abusa de seu poder, ao "perseguir os acusados". La Croix lembra que, embora Lula seja detestado por uma parte da classe média, o petista é o "queridinho" das classes populares, que poderiam levá-lo a uma larga vitória no primeiro turno da eleição presidencial de 2018.

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