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MST ocupa terras e Incras por retomada da Reforma Agrária

Ações já são registradas em 13 estados na Jornada Nacional de Lutas

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O dia 17 de abril, lembrado pela memória do Massacre de Eldorado dos Carajás em 1996, despertou uma série de ocupações de terras e órgãos relacionados à política agrária. Em São Paulo, o MST informa que ocupou as terras griladas pela empresa Cutrale, em Agudos, exigindo a destinação da área para o assentamento das mais de 3 mil famílias que seguem acampadas em São Paulo.

Em todo o país, são mais de 120 mil famílias à espera para serem assentadas. “A política de Reforma Agrária, que já vinha sofrendo com os ajustes do período anterior, teve um sufocamento definitivo após o golpe, com uma ameaça de enterrar de vez a esperança de centenas de milhares de famílias brasileiras de terem terra para plantar alimentos saudáveis”, avalia Marina dos Santos, da Direção Nacional do MST.

Famílias de trabalhadores Sem Terra se mobilizam em Santa Catarina, Pará, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Alagoas, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Bahia, Paraná e Distrito Federal. Em 1996, nesta data, 21 trabalhadores foram brutalmente massacrados pela Polícia Militar quando se dirigiam numa marcha à capital Belém.

Mobilizações em todo o país expõem críticas ao texto da Medida Provisória 759, editada por Temer. Para o MST, o projeto altera em grande medida o regime fundiário e a reforma agrária. 

“É urgente a retomada imediata das vistorias de terras com fins de aquisição para criação de assentamentos”, alega Marina, que também sugere a retomada de terras públicas indevidamente apropriadas e que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária, bem como cobra a adjudicação das terras em processo de execução por dívidas.

O dia 17 de abril foi declarado como Dia Nacional de Lutas por Reforma Agrária pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e, mundialmente, a Via Campesina tem esta data como o Dia Internacional de Luta Camponesa.