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Mantega nega saber sobre atuação de Cunha em contrato da Petrobras na África

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O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi ouvido nesta quarta-feira (23) pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, na condição de testemunha de defesa do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao ser questionado pelo advogado Marlus Arna, que defende Cunha, Mantega afirmou que não tem conhecimento da participação dele na compra de parte de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras.

“Não tenho conhecimento de nenhuma participação do senhor Eduardo Cunha”, afirmou o ex-ministro, que presidiu o Conselho de Administração da estatal entre 2011 e 2015. 

Mantega afirmou ainda que houve ganho contábil líquido da Petrobras com os contratos na África estimado US$ 1,162 bilhão. "Portanto, foi uma operação positiva. (...) Não é só com a venda do Benin, é o conjunto dos blocos que estavam ali na África”. O ex-ministro destacou ainda que o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada não participou da apresentação deste negócio em Benin ao Conselho Administrativo.

Mantega acrescentou também que, quando ingressou no Conselho de Administração da Petrobras, já havia uma diretoria nomeada. Em 2012, os diretores foram trocados e se optou por funcionários de carreira da empresa.

“Que eu me lembre, não houve qualquer nenhuma influencia partidária nesta diretoria em que foi nomeada em 2012 e na qual eu, como membro do Conselho de Administração, tinha mais conhecimento”.

A oitiva foi realizada por intermédio de videoconferência. O engenheiro Benício Schettini Frazão, ligado à Petrobras, também foi ouvido. Ele negou saber de envolvimento do deputado cassado no contrato de Benin. O deputado federal Mauro Ribeiro Lopes (PMDB-MG) também foi ouvido e foi mais um a negar que tivesse conhecimento da participação de Cunha nos negócios de Benin.

Amanhã, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes deverá ser ouvido na Justiça Federal no Rio, às 14h. O presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula também vão depor como testemunhas. Temer vai depor por escrito e Lula, por sua vez, falará por videoconferência no próximo dia 30.