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"Versão criminosa de governantes ricos e governados pobres", diz Moro sobre Cabral

Juiz fala em prática reiterada e profissional de crimes, e destaca "situação de ruína" do Rio 

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No despacho que determinou a prisão de Sérgio Cabral, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, afirmou que as provas apresentadas pela investigação apontam que foram cometidos crimes de forma "profissional e reiterada" pelo ex-governador do Rio. "As provas são, em cognição sumária, da prática reiterada, profissional e sofisticada de crimes contra a administração pública e de lavagem de dinheiro por parte de Sérgio Cabral e de seu operador financeiro Carlos Miranda", afirmou do documento.

O juiz destacou que o tamanho dos supostos crimes cometidos justifica a prisão preventiva de Cabral e das outras pessoas envolvidas no caso: "A magnitude e a reiteração delitiva caracterizam risco à ordem pública."

>> Veja o despacho

Sérgio Moro comentou também sobre a grave crise financeira pela qual passa o Estado do Rio. "Essa necessidade [da prisão] faz-se ainda mais presente diante da notória situação de ruína das contas públicas do Governo do Rio de Janeiro. Constituiria afronta permitir que os investigados persistissem fruindo em liberdade do produto milionário de seus crimes, inclusive com aquisição, mediante condutas de ocultação e dissimulação, de novo patrimônio, parte em bens de luxo, enquanto, por conta da gestão governamental aparentemente comprometida por corrupção e inépcia, impõe-se à população daquele estado tamanhos sacrifícios, com aumento de tributos, corte de salários e de investimentos públicos e sociais. Uma versão criminosa de governantes ricos e governados pobres", disse o juiz, que ainda determinou o bloqueio de R$ 10 milhões das contas de Cabral e das demais pessoas e empresas investigadas na Operação Calicute deflagrada nesta quinta-feira.

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