O Brasil perdeu na tarde de ontem (27) o primatologista Adelmar Coimbra Filho, idealizador da primeira reserva biológica do país, Poço das Antas, criada pelo governo federal em 1974, no município de Silva Jardim, no estado do Rio de Janeiro, a partir de mapeamento feito pelo pesquisador, em 1940.
Em nota divulgada hoje (28), o secretário de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa, lamentou a morte do fundador do Centro de Primatologia do estado, localizado entre os municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu, no interior fluminense.
Considerado um grande nome do conservacionismo nacional e internacional, Coimbra Filho tem mais de 200 trabalhos publicados, além de vários prêmios. Seu nome foi imortalizado na nomenclatura de um macaco, o 'Callicebus coimbrai'; de um percevejo, o 'Taedia coimbrai'; de uma bromélia, a 'Neoregelia coimbraii'; e de um fóssil macaco, 'Cartelles coimbrafilho', informou a secretaria. “Nosso respeito, admiração e reconhecimento pela grandeza desse cientista que deixa para a história da humanidade um legado imensurável”, diz André Corrêa, na nota.
Também o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, destacou a influência de Coimbra Filho para os ambientalistas e conservacionistas brasileiros: “Era um grande cientista. Ele conseguia traduzir nossas ansiedades e intuições para a realidade científica. E mais do que isso, ele dava o norte para a gente. Ele sinalizava ao pessoal do movimento para onde a gente devia colocar nossa energia, o que realmente valia a pena das discussões sobre Mata Atlântica e biodiversidade”.
Para Mário Mantovani, Adelmar Coimbra Filho foi um dos precursores da luta ambientalista. “É uma figura que só acrescentou para a gente e deixou uma grande contribuição. Foi uma daquelas pessoas pioneiras que tiveram o meio ambiente como escolha de vida”.
Biólogo, Adelmar Coimbra Filho nasceu em Fortaleza (CE) em junho de 1924. Iniciou sua vida profissional em 1947 e se destacou pelo trabalho de conservação do mico-leão-dourado.