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Dilma inaugura Estádio Aquático Olímpico no Rio de Janeiro

Presidente pediu fim do clima de ‘quanto pior, melhor’ para o país crescer

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A presidenta Dilma Rousseff inaugura nesta sexta-feira (8), às  no Rio de Janeiro o Estádio Aquático Olímpico e entrega 136 ambulâncias que serão utilizadas nos Jogos Rio 2016 e eventos-testes da competição. A presidente Dilma criticou o clima de ‘quanto pior, melhor’ no país, e ressaltou que a Olimpíada do Rio demonstra a capacidade de construção de consenso e diálogo no Brasil.

"Se somos capazes de fazer uma Olimpíada, de fazer uma Paralimpíada, somos capazes de fazer também o nosso país voltar a crescer", disse. "Este momento é especial, é o símbolo do que é possível fazer quando pessoas de bem se unem em prol do País."

Construído no Parque Olímpico da Barra, o estádio vai receber as competições de natação olímpica e paralímpica, além da fase final do polo aquático dos jogos. Com capacidade para 18 mil lugares, é composto por duas piscinas de 50 metros, uma de competição na área interna e uma de treinamento na parte externa.

Durante a cerimônia, também foram entregues 146 ambulâncias que servirão aos turistas e atletas que participarão dos Jogos no Rio, de 5 a 21 de agosto. Os Jogos Paralímpicos serão de 7 a 18 de setembro. De acordo com o prefeito Eduardo Paes, as arenas construídas no custaram menos do que o Estádio Olímpico de Londres, onde aconteceu a última Olimpíada.

O prefeito Eduardo Paes, o primeiro a discursar, reclamou do mau humor que o país vive neste momento. Para ele, o Brasil não é feito só de notícias ruins, como tem sido noticiado. “Há um profundo mau humor no país neste momento, mas apesar disso há também boas notícias. O Brasil tem mostrado muita capacidade de entrega“, disse.

O prefeito lembrou que todo o projeto do complexo inaugurado nesta sexta-feira foi elaborado e executado por brasileiros, e que não ocorreram pedidos de verbas adicionais para concluir as obras do Estádio Aquático. 

Dilma foi recebida pelo governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, e pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes. Antes, ela conheceu as ambulâncias que servirão ao público presente aos Jogos Olímpicos. A mandatária cumprimentou atletas do nado sincronizado que estão presentes à cerimônia. 

O complexo recebeu investimentos da ordem de R$ 225,3 milhões do Ministério do Esporte, sendo R$ 217,1 milhões para construção e outros R$ 8,2 milhões para manutenção. Feita de vigas metálicas modulares e piscinas pré-fabricadas, a estrutura foi projetada para ser temporária e desmontável. Após os Jogos, a estrutura será transformada em ginásios a serem instalados em duas cidades, como explica o presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), Joaquim Monteiro de Carvalho.

“O Estádio Aquático, como todas as obras do Parque Olímpico, respeita a realidade brasileira e se baseia nos princípios mais modernos de sustentabilidade. Tem uma engenharia muito interessante: as vigas não têm solda, são tubulares e encaixadas como se fossem um grande lego. Outro diferencial é que o estádio não tem ar-condicionado, assim como alguns estádios de Londres, mas terá conforto térmico pois é todo vazado”, explica Carvalho.

Eventos-testes

O Estádio Aquático Olímpico receberá, de 15 a 20 de abril, o campeonato Troféu Maria Lenk de Natação, que servirá como evento-teste da modalidade e reunirá os maiores nadadores brasileiros em busca da vaga para os Jogos Olímpicos Rio 2016, além de 55 atletas de 11 países (Argentina, Canadá, Chile, China, Eslováquia, Finlândia, Japão, Paraguai, República Tcheca, Ucrânia e Uruguai). Entre os brasileiros serão 58 clubes, com 356 atletas.

De 22 a 24 de abril, a instalação receberá o Open Internacional Caixa Loterias de Natação Paralímpica, com participação de 212 atletas de 19 países, e valerá como evento-teste da modalidade para os Jogos Paralímpicos Rio 2016.  O polo aquático, por sua vez, fecha a sequência de torneios preparatórios na arena, entre os dias 25 e 29 de abril.

Parque Olímpico da Barra

Coração dos Jogos Rio 2016, o Parque Olímpico da Barra está com 98% das obras concluídas, graças ao envolvimento dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) e de Parcerias-Público-Privadas (PPP). Do Ministério do Esporte, recebeu investimentos da ordem de R$ 903,7 milhões. Desse total, R$ 379 milhões são direcionados para construção e manutenção de instalações esportivas que serão permanentes: Centro Olímpico de Tênis, o Velódromo Olímpico e as Arenas Cariocas 1, 2 e 3 (nestas, os recursos são destinados apenas à climatização e somam R$ 58,5 milhões).

O Parque Olímpico ocupa uma área de 1,18 milhão de metros quadrados, onde ocorrerão disputas de 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas. Baseado em três pilares – legado, economia de recursos públicos e obras sem “elefantes brancos” – será destinado à população depois do evento. 

Além da transformação do Estádio Aquático em ginásios esportivos, o boulevard e área de lazer serão abertos ao público, enquanto a Arena do Futuro – onde serão disputadas as competições de handebol e golbol – será desmontada e transformada em quatro escolas municipais em diferentes localidades.

Para o presidente da EOM, esses serão apenas alguns dos muitos legados deixados pelos Jogos Rio 2016. “Sem dúvida, os Jogos de 2016 serão os jogos da transformação. O Rio de Janeiro será uma grande inspiração para as futuras cidades olímpicas e deixará muitos legados. Um belo exemplo é a mobilidade urbana. Para se ter uma ideia, antes dos Jogos menos de 20% da população carioca utilizava transporte de massa; depois dos Jogos serão 63%”, estima.