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'Project Syndicate': A Primavera da América Latina?

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Matéria publicada nesta segunda-feira (7) no Project Syndicate, analisa como os escândalos de corrupção têm atormentado a América Latina, e levado muitos observadores a questionar se a região nunca vai mudar seu legado de instituições fracas. 

A reportagem fala que otimismo é baseado em parte da história dos Estados Unidos, fundada por líderes preocupados com a corrupção. Segundo alguns relatos, eles criaram a Constituição com o objetivo específico de blindar a nova república contra corrupção. Apesar dos esforços, o governo dos Estados Unidos se tornou tão venal como qualquer um dos antigos regimes europeus, e como Francis Fukuyama argumentou, assim permaneceu por mais de um século.

As políticas para aumentar a transparência do governo, como a Lei de Liberdade de Informação, não entraram em vigor até 1960. Hoje, os americanos ainda se preocupam com a influência do dinheiro na política, como tem sido demonstrado por argumentos sobre financiamento de campanhas recorrentes em suas eleições primárias presidenciais atuais. Mas não há como negar que o governo dos EUA hoje é infinitamente mais virtuoso do que era nos dias de Thomas Jefferson, Abraham Lincoln, ou Teddy Roosevelt.

Olhando a América Latina, a experiência dos EUA é um lembrete de que instituições fortes surgem em ritmo glacial, graças aos esforços cumulativos de gerações de reformadores. A lição dos EUA e outros países é que os países precisam de três ingredientes para combater a corrupção: um forte enquadramento legal, líderes comprometidos e apoio público sustentado.

O primeiro ingrediente não deve ser um problema para os países latino-americanos, embora a aplicação seja fraca. Mas para o segundo, numerosos indivíduos corajosos se disponibilizaram, embora tenham sido ignorados ou esquecidos. O terceiro ingrediente, a mobilização popular contra a corrupção, tem sido o mais difícil de se obter, já que os latino-americanos têm historicamente participado de escândalos de corrupção na política.