O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), evitou comentar as supostas críticas feitas ao governo federal pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se limitou a dizer que, no Nordeste, a aprovação ao PT é maior do que no resto do país.
"Tenho dois trabalhos: defender o governo Dilma e o PT no Nordeste. E o PT no Nordeste segue firme e forte, estamos muito acima do volume morto. E, no governo, estamos trabalhando. O país vai se surpreender no ano que vem", afirmou Guimarães.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), avaliou que o diagnóstico de Lula sobre o governo e o partido deve ser encarado como motivação para que lideranças da legenda defendam a gestão de Dilma. "Há no PT uma vontade de que as instâncias partidárias sejam mais propositivas. O ajuste fiscal é importante, mas, além disso, o que acontece?" afirmou Sibá Machado. "Não veja a fala do presidente Lula como uma crítica, mas como uma boa sugestão. Não devemos entender isso como direcionado apenas ao Planalto ou à presidente", ressaltou.
Neste sábado, o jornal O Globo publicou uma reportagem sobre o encontro de Lula com um grupo de religiosos, no auditório de seu instituto, em São Paulo. Em tom de desabafo, segundo o jornal, Lula criticou a presidente Dilma Rousseff e creditou ao governo dela, sobretudo no segundo mandato, a crise vivida pelos petistas. Para Lula, a taxa de aprovação da companheira está no “volume morto”, numa referência à situação hídrica paulista, e, com o silêncio do Planalto, o “governo parece um governo de mudos”. O ex-presidente admitiu ainda que é “um sacrifício” convencer sua sucessora a viajar pelo país e defender sua gestão.
— Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos — disse Lula, ainda de acordo com o jornal.