Os agricultores familiares que ocupavam desde cedo a sede do Ministério da Fazenda deixaram o estacionamento do prédio na tarde desta terça-feira. Os produtores rurais voltaram para o Parque da Cidade, onde discutirão os resultados da reunião que representantes do movimento tiveram com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. O teor da conversa, que ocorreu no Ministério do Desenvolvimento Agrário, não foi divulgado.
A ocupação foi um protesto contra o corte orçamentário que será feito pelo governo federal. De acordo com informações dos organizadores, participaram da manifestação mais de mil pessoas. A Polícia Militar (PM), no entanto, calculou em 500 o número de ocupantes do edifício.
A perícia criminal da Policia Federal já deixou o Ministério da Fazenda após avaliar os danos causados pela ocupação realizada por integrantes da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar do Brasil (Fetraf) Brasil. De acordo com os policiais, o mais grave foi a utilização de armas brancas na ação, como uma barra de ferro com ponta, para render o vigilante do prédio, às 5h30. Participantes da ação disseram que a ocupação foi uma manifestação contra o corte orçamentário anunciado pelo governo.
A Polícia Federal também informou que os danos materiais foram pequenos, mas a porta de vidro do quinto andar, que dá acesso ao gabinete do ministro Joaquim Levy foi quebrada e também os mantimentos existentes nas copas foram consumidos pelo ocupantes. Além do dano à porta do gabinete ministerial, os peritos relataram também a quebra de outras portas do prédio durante a ocupação.
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Mais tarde, o ministro da Fazenda se reuniu com os participantes da ocupação para receber as reivindicações da Fetraf, na entrada privativa do ministério. Depois, houve outra reunião, com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, na sede do MDA, para tratar da pauta que motivou a ação da Federação.
O coordenador-geral da Fetraf, Marcos Rochinski, que lidera a ocupação, disse que os trabalhadores pretendem negociar o contingenciamento, para evitar que a medida atinja a agricultura familiar. “Não é justo punir justamente o setor que produz alimentos para a população brasileira”.
Os manifestantes ocuparam todos os andares do Ministério da Fazenda. Servidores e jornalistas que compareceram, hoje, pela manhã, à sede do órgão, não puderam entrar nas dependências do prédio.