A presidente Dilma Rousseff disse em uma entrevista exclusiva ao portal internacional Bloomberg dizendo que após a fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi mal interpretada. Segundo a presidente estão tentando gerar intriga em torno de Levy. "Obviamente, estão tentando criar intriga em torno do ministro. Você não pode sempre implementar medidas da forma mais direta", afirmou Dilma. Na última semana o ministro estava em uma reunião com alunos da Universidade de Chicago, quando afirmou que a presidente nem sempre age de maneira mais “fácil e efetiva”.
A presidente ainda afirmou que o ministro é “muito importante para o Brasil hoje”. Ela completou dizendo que as vezes ela tende a querer o caminho mais rápido para alcançar as metas, mas que compreende é necessário se construir politicamente o caminho para alcançá-las. “Levy disse que não há, necessariamente, uma única forma de se chegar a uma medida. Às vezes, eu até prefiro a mais rápida. É o meu jeito de ser. Às vezes, tem de se construir, politicamente, outro caminho”, concluiu.
Sobre os planos futuros da economia brasileira, Dilma informou que pretende abrir o Brasil para comércios com o exterior. Para ela, o país “vai se abrir mais porque o reequilíbrio fiscal funciona como uma espécie de âncora de expectativas, muito importante para o retorno da confiança”. Dilma Rousseff ainda garantiu que o país estará em “outro patamar” em meados do próximo ano, porque, como disse a presidente, “o gigante está acordando”.
Ainda na entrevista a presidente afirmou categoricamente que fará tudo para atingir a meta fiscal. Os membros da equipe econômica brasileira se comprometeram em manter o crescimento com um superávit primário de 1,2% do PIB para ainda este ano. “Eu farei tudo para atingir 1,2%. Vamos ter de racionalizar gastos e defasar outros. Vamos criar vários mecanismos. Diria que essa é a parte em que o governo entra e o nosso pedaço vai ser grande”, afirmou a presidente em entrevista no Palácio do Planalto.
Após a divulgação da fala do ministro, ele publicou uma nota afirmando que: "aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Exma. Sra. Presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada".
As declarações de Dilma com relação à criação de intrigas já haviam sido destacadas pelo JB em editorial esta semana, no qual reforça uma sequência de afirmações dirigidas à atuação da presidente que indicam claramente uma tentativa de desestabilizar Dilma.
>> O que há por trás das tentativas de desestabilizar Dilma Rousseff
Petrobras: balanço até fim de abril
Dilma Rousseff disse à Bloomberg que a Petrobras vai publicar seu balanço auditado neste mês: "Tenho certeza que a Petrobras conseguirá resolver todos os seus problemas até o fim de abril. Estamos caminhando no sentido de construir essa solução."
Segundo a presidente, a Petrobras está preparada para tomar "medidas drásticas" para proteger-se contra a corrupção. "Quero assegurar que a Petrobras vai voltar ao mercado. Em outros momentos, todo mundo queria emprestar. O mercado faz julgamentos objetivos. Petrobras tem imensa capacidade."