O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, se entregou na tarde desta terça-feira (18), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Apontado como lobista e operador do PMDB no esquema de propinas e corrupção na Petrobras, Fernando Baiano estava foragido desde sexta feira (14), quando a PF o procurou em sua residência, no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (17), o advogado de Fernando Baiano, Mario de Oliveira Filho, disse que seu cliente é usado como bode expiatório da operação Lava Jato. Segundo ele, seu cliente vem colaborando com as investigações e sua prisão não tem sentido.
A prisão de Fernando Baiano foi decretada pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato.
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Inicialmente, a estratégia da defesa era tentar revogar a ordem de prisão por meio de pedido de habeas corpus. Oliveira Filho chegou a apresentar o pedido ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
O lobista também fazia contatos para a construtora Andrade Gutierrez, uma das poucas que ainda não foram alvo de prisões da Lava Jato. Segundo o doleiro Alberto Youssef, no entanto, a companhia também fazia parte do esquema. Os acordos eram costurados entre Fernando Baiano e o presidente do conselho da empreiteira, Otávio Azevedo.
Antes de Baiano se entregar à Polícia Federal, os advogados dele tentaram um pedido de habeas corpus, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, mas o pedido foi negado.