O advogado que defende a família do menino Vrajmany Fernandes Rocha, que foi atacado após provocar um tigre em um zoológico de Cascavel (PR), pretende entrar com ação contra a prefeitura local no processo que apura a responsabilidade do incidente. A tese de Yvan Gomes Miguel é de que, mesmo que as instalações estivessem dentro das normas, a prefeitura, que administra o zoológico, precisa ser responsabilizada.
"A gente entende que a responsabilidade é do zoológico. Eles não tomaram os cuidados necessários. Se dizem de acordo com as norma do Ibama, mas, mesmo que esteja, não isenta de responsabilidade", afirmou o advogado, para quem deveria haver uma "proteção efetiva" que impedisse incidentes do gênero. "O pai já está destruído. É um excelente pai, e uma eventual condenação (sua) prejudicaria até o próprio filho", completou, argumentando sobre o que considera ser a falta de necessidade de punir o pai.
Segundo a defesa, a ação contra a prefeitura será apresentada depois que trâmites legais ligados à investigação do caso sejam completos. O prazo para a entrada é de três anos a contar da tragédia. O advogado também quer esperar pela recuperação completa do menino, 11 anos, que pode ter alta nesta quarta-feira; ele precisou ter o braço direito amputado na altura do ombro.
A prefeitura ainda não se pronunciou sobre a decisão do advogado. Após o incidente, verificou-se que o zoológico está estruturado de acordo com as normas de segurança determinadas pelo Ibama, o que inclui uma barreira e uma área restrita (onde visitantes não têm autorização de transitar), antes da grade que delimita a jaula dos tigre. As principais linhas de investigação da Polícia Civil recaem sobre o pai do menino, que no momento do acidente estava cuidado do seu irmão, e do segurança local, que no momento estava transitando em outra área do zoológico.