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Vítima da queda de viaduto é sepultada em Belo Horizonte

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Às 17h, quando começava a partida entre Brasil e Colômbia pelas quartas-de-final da Copa do Mundo, tinha inicio o enterro da Hanna Cristina dos Santos, motorista do ônibus que foi parcialmente destruído pelo desabamento de um viaduto em Belo Horizonte, na tarde de quinta-feira. A obra pertencia a melhorias de mobilidade urbana na capital mineira por ocasião da Copa do Mundo, mas não ficou pronta a tempo.

O adeus a Hanna começou cedo, quando parentes e amigos foram ao local do velório para começar a se despedir de uma das duas vítimas da tragédia. A dor da perda se misturava com a indignação.

"Não tive nenhum apoio da prefeitura ou da construtora", disse Analina, 51 anos, mãe de Hanna, para cujo velório a Cowan, empreiteira do viaduto Guararapes, mandou uma coroa de flores. "Ninguém está pedindo coroa. Tem muitas coroas lá dentro, de amigos. Eles (a empresa) não fizeram nada por nós, não houve nenhuma assistência".

O micro-ônibus dirigido por Hanna era de propriedade de sua família e prestava assistência no transporte metropolitano de Belo Horizonte. "A nossa ferramenta, nosso ganha pão, foi destruído".

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Ânderson Elisiano, ex-marido de Hanna e pai da filha de ambos que estava no ônibus no momento do acidente, acompanhava a cerimônia cuidando da menina. "Ela era muito apegada à mãe, dormia abraçada com a mãe, tinha febre sem ela", contou o pai sobre a filha que, de férias, estava ontem acompanhando um dia de trabalho da mãe.

"Peguei instruções de um psicólogo para saber como dar a notícia. Falei pra ela que ela nunca mais vai ver a mãe, que a mãe virou estrelinha e ela não conseguiria mais conversar com ela. Que, para conversar, teria que fechar os olhos", contou.

Durante o velório, a irmã de Hanna, Priscilla Santos, passou mal e desmaiou. Uma equipe de telejornalismo que cobria o adeus tentou filmar o momento, o que gerou desconforto e indignação dos familiares. O enterro foi realizado sem a presença da imprensa.