Os jornais internacionais La Nación (Argentina) e El País (Espanha) publicaram matérias neste sábado (26) sobre a intensa violência no Brasil, mas especificamente no Rio de Janeiro.
O La Nación destacou o assassinato do jovem Douglas, na terça-feira passada (22), na favela Pavão-Pavãozinho, supostamente pelas mãos da polícia. A reportagem lembra que este tipo de episódio se multiplica há meses, o que estaria fazendo os brasileiros se perguntarem se o governo conseguirá garantir a segurança dos mais de 600.000 visitantes esperados na Copa.
O jornal afirma que os grupos de narcotráfico Comando Vermelho, Amigos dos Amigos e Terceiro Comando têm realizado investidas contra as UPP para desestabilizar as autoridades. A pacificação nas favelas, por sua vez, é questionada pelo autor.
Na reportagem "Crônica de uma pacificação falida", do El País, o assassinato de Douglas também é o foco do jornalista, que assim como o do La Nación, aponta que os policiais são os principais suspeitos. A matéria defende que "a sensação de que esta favela estava saindo pouco a pouco do poço da violência e do crime evaporou de repente". Segundo fontes locais, a milícia já está infiltrada nas formações da UPP local, o que seria o principal motivo da deterioração da convivência entre a tropa e a população.
A outra matéria do El País informa que a Alemanha divulgou um novo relatório sobre a segurança no Brasil, oferecendo uma imagem desoladora. Segundo o jornal, a declaração foi de que o país é uma nação onde as leis não são respeitadas e onde o turista corre o risco de ser vítima de ladrões, sequestradores ou simplesmente de se envolver em confrontos entre a polícia e grupos criminosos. O Ministério de Assuntos exteriores teria aconselhado que os turistas alemães não usem roupas chamativas e joias quando forem passear pelas ruas, que evitem levar grandes quantidades em dinheiro e escondam artigos eletrônicos e que não reajam a um possível assalto.