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Preso em teleférico em SP, homem reclama de socorro demorado

Família ficou presa em teleférico em parque de São Bernardo do Campo por mais de duas horas

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O administrador Nelson Carneiro da Silva Júnior, 50 anos, relatou neste domingo (12/01) as quase três horas que ficou preso num teleférico do Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, ABC Paulista. O incidente ocorreu na tarde de sábado, quando ele, acompanhado da mulher e da filha de 10 anos, se preparava para deixar o local. O teleférico liga a região da represa Billings, dentro do parque, à área de estacionamento.

"Tínhamos aproveitado a tarde lá e nos preparávamos para ir embora. Almoçamos no parque, aproveitamos o pedalinho, nadamos, tomamos sol. Quando nos preparávamos para retornar, o tempo começou a fechar. A chuva nos pegou no meio do caminho."

Por meio de seu aparelho de telefone celular, ele registrou parte da tensão vivida pela família. Como as cadeiras são individuais, ele vinha na frente. Atrás dele, a filha e mais atrás a mulher. A maior preocupação era com a garota.

"Quando estávamos nos preparando para o desembarque, ouvimos o estrondo de um raio e o sistema parou totalmente. A partir daí foram cerca de 50 minutos de tempestade. Ventava muito e houve uma forte chuva de granizo, com pedras maiores do que bolas de gude", disse.

Segundo ele, esse foi justamente o momento mais tenso. "Minha filha pedia socorro e pensei que ela fosse pular. Eu falava com ela, mas não conseguia a enxergar. As costas dela ficaram com vários hematomas. Como ela estava com uma toalha, pedi que ela se cobrisse para se proteger das pedras", disse.

O administrador disse que ainda chegou a ligar para um amigo, que é bombeiro, para dizer o que estava acontecendo. Ele teria pedido para que ele ficasse calmo, que normalmente, esse tipo de equipamento possui um sistema secundário de segurança, movido a manivela.

"Quando os bombeiros chegaram, perguntei sobre isso, mas me explicaram que ali não havia essa possibilidade. Foi então necessário aguardar. Após o socorro, sua filha foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento, no bairro do Riacho Grande. "Foi constatado que minha filha estava com hipotermia. Ela foi atendida, tomou um banho quente e depois de ficar em observação foi liberada", disse.

O administrador disse que pretende acionar a prefeitura de São Bernardo do Campo e a empresa que opera o teleférico na Justiça. "Poderia ter ocorrido ali uma tragédia", disse.  A prefeitura do município informou que foi uma descarga elétrica que provocou a paralisação do teleférico.

O prefeito Luiz Marinho esteve no local durante o resgate e disse que os geradores não funcionaram porque o "sistema queimou". O teleférico ficou fechado por 15 anos e foi reaberto em 2011, após uma reforma de cerca de R$ 1,3 milhão. O prefeito determinou que ele só seja reaberto após a realização da perícia, que deve demorar 45 dias para ser concluída.