Os últimos quatro detidos na Operação Kilowatt, deflagrada pela Polícia Civil gaúcha na quinta-feira, que seguiam presos, foram liberados no início da madrugada deste sábado (11/01), após prestarem mais esclarecimentos à polícia.
No total, oito pessoas foram presas durante a operação. Os outro quatro detidos foram liberados ainda na quinta-feira.
De acordo com o delegado Daniel Mendelski, um dos responsáveis pela investigação, os presos liberados hoje são dois empresários e dois fiscais da 2ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas de Novo Hamburgo.
Os quatro foram liberados após prestarem novos depoimentos e passarem por uma acareação. Segundo Mendelski, todos os detidos apresentaram versões “contraditórias” dos fatos. “Os novos depoimentos e a acareação serviram pra reforçar essa contradição”, disse o delegado.
Com todos os suspeitos em liberdade, a polícia espera finalizar em até 30 dias o inquérito que apura o esquema. Ainda não há previsão de quantas pessoas serão indiciadas, mas, segundo o delegado, mais pessoas, além das oito detidas, serão investigadas.
Presos são suspeitos de fraudes na administração pública
A denúncia que culminou na operação partiu do Departamento de Gestão do Conhecimento para Prevenção à Corrupção (Degecor), órgão que integra a política de combate à corrupção do governo estadual. A informação foi confirmada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Carlos Pestana Neto.
Segundo Pestana, as primeiras denúncias chegaram ao conhecimento do governo do Estado em 2012 e foram encaminhadas ao Degecor. Ao detectar indícios de desvios de conduta de agentes públicos e particulares com relação ao Estado, o departamento elaborou um conjunto de análises e constatou irregularidades em licitações e outros trâmites que envolveram órgãos de fiscalização de obras.
O trabalho iniciou-se em 2012 e se estendeu até o começo de 2013, quando o Degecor enviou a documentação para a Delegacia Fazendária da Polícia Civil. O trabalho do Degecor foi auxiliado por outros órgãos de controle e fiscalização do governo, como a Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage). De acordo com o Chefe da Casa Civil, esse é o procedimento padrão do governo gaúcho e integra as políticas firmadas pelo Executivo para o combate à corrupção.
A Operação Kilowatt apurou desvios em obras públicas e culminou na prisão de oito pessoas e execução de mandados de busca e apreensão. Dos presos, quatro eram servidores públicos de carreira e foram afastados do cargo. "A orientação do governador é a de afastar servidores envolvidos em investigações de caso concreto", esclareceu o chefe da Casa Civil.