O desespero de uma filha provocou um ato de protesto nesta segunda-feira (24/12) em Teresina (PI). A costureira Edna Maria Pereira Aguiar, 43 anos, se acorrentou às grades do Hospital Getúlio Vargas (HGV), maior hospital público do Piauí, em protesto contra a demora na realização de cirurgia em sua mãe, uma aposentada de 83 anos.
A costureira conta que sua mãe Edite Rodrigues Pereira, 83 anos, caiu em sua residência na Vila Bandeirantes, zona leste de Teresina. Com a queda, a aposentada fraturou os dois fêmures e a bacia no dia 15. Ela foi levada ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e depois transferida no dia seguinte para o HGV.
"Eles que me acorrentaram. Isso é o descaso da saúde pública. Já implorei para Deus e o mundo e nada foi resolvido", disse Edna, que aguarda uma semana para a mãe ser operada. Segundo ela, na última quinta-feira a paciente foi levada ao centro cirúrgico do hospital, mas devido à falta de anestesista, a cirurgia foi suspensa.
Edna Maria Aguiar relata ainda que a aposentada sente muitas dores e está em estado grave. A filha só encerrou a manifestação após ter a garantia da direção do hospital de que a cirurgia será realizada.
OperaçãoNa tarde desta segunda, a direção do hospital informou que a aposentada Edite Pereira passou por cirurgia. O cirurgião ortopédico Wilson Rodrigues, que realizou o procedimento, disse que a cirurgia foi um sucesso e que conseguiu operar os dois fêmures
Segundo o diretor-geral do hospital, Carlos Iglézias, a cirurgia ainda não tinha sido realizada por não ter leito vago na UTI do HGV, mas logo que surgiu uma vaga, o procedimento foi realizado. "A cirurgia somente poderia ser realizada com a garantia de ter leito disponível na UTI, devido à idade avançada da paciente", explicou Iglézias.