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'Não queríamos construir mártires', diz PM após ação do Choque na Unesp

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Após a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, que cumpriu mandado judicial de reintegração de posse da reitoria da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), na região central de São Paulo, o coronel Reynaldo Simões Rossi, responsável pelo policiamento da região, afirmou que, se houve violência na ação da corporação, o fato será apurado. Segundo ele, o mandado foi cumprido com sucesso.

A ação do Choque foi realizada no fim da madrugada desta quarta-feira e resultado na retirada de 118 estudantes que ocupavam o prédio da reitoria da universidade. Os jovens foram levados ao 2º Distrito Policial, no centro da capital paulista, onde foram registrados. De acordo com a corporação, as autoridades policiais irão apurar os fatos com a ajuda de câmeras do circuito interno e externo da universidade.

"Se realmente aconteceu (excesso de violência), vamos apurar. É um momento tenso. Nossa maior preocupação era preservar a integridade deles (estudantes). Não queríamos construir mártires. Tínhamos que cumprir o mandado judicial e os jovens optaram por não entrar em consenso", afirmou o coronel Reynaldo.

De acordo com o responsável pelo policiamento no centro da cidade, três barreiras foram rompidas para que a Tropa de Choque chegasse até a sala onde estavam os estudantes, entre elas uma porta de vidro, uma de madeira e uma barreira feita pelos próprios universitários com armários e cadeiras.

"Isso foi necessário para alcançarmos os jovens. Houve rompimento de uma tranca no térreo e uma porta no mesmo local. O mandado permitia esse tipo de ação e era natural que os jovens dificultassem o ingresso. Eles tentaram dificultar com armários e outros imóveis", contou.

Diferente do que os alunos da Unesp afirmaram após a reintegração, o coronel disse que houve depredação do prédio da reitoria por parte dos estudantes. Segundo Reynaldo, além de pichações nas salas, foram quebrados móveis e extintores de incêndio. Com isso foi registrado um Boletim de Ocorrência por dano, resistência e invasão de propriedade contra os estudantes.

"Quero deixar claro que a atuação da polícia se deu em virtude do cumprimento de um mandado judicial. A ação foi bem sucedida graças a um conjunto de fatores, conseguimos dar cumprimento a essa ordem judicial e conseguimos restituir o imóvel e permitir que esses jovens pudessem ser retirados sem que houvesse episódios de lesão, acidentes. A Tropa de Choque foi hábil", completou Reynaldo.

O coronel disse ainda que não houve registro de policiais e manifestantes feridos. "Houve apenas uma moça com mal súbito e a mantivemos na área de intervenção de unidades de resgate. Ela foi removida para Santa Casa e voltou a tempo de integrar o movimento", explicou.

Para realizar o mandado de reintegração foram enviados 184 policiais em 49 viaturas, além da ajuda da Tropa de Choque, agentes de trânsito, bombeiros e policiamento de área.

Ocupações da reitoria

A reitoria da Unesp já havia sido invadida no final de junho. Estudantes desocuparam o prédio da reitoria após negociação em que a universidade se comprometeu a garantir o aumento de bolsas permanência e o auxílio-aluguel destinado aos alunos de baixa renda. Ficou definida, na época, a elaboração de um plano de obras para a construção de moradias e restaurantes universitários para os campi que não dispõem dessa infraestrutura, além de reforma e ampliação nas moradias já existentes. 

Alunos e professores de 14 das 34 unidades da Unesp fazem greve parcial desde o mês passado para cobrar melhorias na estrutura e reajuste salarial.