Os 119 estudantes encaminhados ao 2º Distrito Policial de São Paulo após ocupação da reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp) foram liberados por volta das 9h30 desta quarta-feira após serem identificados. O grupo negou que tenha depredado o prédio da instituição e disse que os danos ao patrimônio foram causados pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, que teria quebrado os vidros de uma porta e agido com truculência ao iniciar a desocupação do local nesta manhã.
O estudante Henrique Eduardo, aluno do cursinho da Unesp do campus de Rio Claro, reclamou da falta de diálogo com os manfiestantes. "Estávamos tranquilos, até que o Choque subiu as escadas, quebrou vidros e disse para a gente descer e deixar o prédio porque tinha recebido ordem de desocupar", afirmou. Os alunos foram identificados e liberados. Por volta das 10h eles bloqueavam a rua Jaraguá, em frente à delegacia, e começavam a organizar um novo protesto na universidade.
"Vamos organizar um ato em frente a reitoria às duas da tarde. Estamos convocando os estudantes e todos que queiram participar do movimento", disse Henrique. Os estudantes estavam sentados no meio da rua e bloqueavam o trecho entre a rua dos Italianos e a rua General Flores.
Os jovens foram encaminhados à delegacia em pelo menos três ônibus e chegaram ao local por volta das 4h30, quando começaram a ser identificados. Eles reivindicam melhorias como a implantação de um restaurante, assistência estudantil, bolsas de auxílio, política de permanência e reajuste para professores e funcionários.
A reitoria da Unesp já havia sido invadida no final de junho. Estudantes desocuparam o prédio da reitoria após negociação em que a universidade se comprometeu a garantir o aumento de bolsas permanência e o auxílio-aluguel destinado aos alunos de baixa renda. Ficou definida, na época, a elaboração de um plano de obras para a construção de moradias e restaurantes universitários para os campi que não dispõem dessa infraestrutura, além de reforma e ampliação nas moradias já existentes.
Alunos e professores de 14 das 34 unidades da Unesp fazem greve parcial desde o mês passado para cobrar melhorias na estrutura e reajuste salarial.