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Bolsa Família: hipótese de telefonemas é linha de investigação da PF

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu na noite desta segunda-feira que uma das linhas de investigação da Polícia Federal (PF) sobre o boato que levou milhares de beneficiários do Bolsa Família a sacar o dinheiro do programa é a possibilidade de telefonemas que plantaram a informação. Segundo o ministro, a informação partiu da imprensa e está sendo apurada nas investigações. “Uma boa investigação não descarta nada”, afirmou.

“Se é uma empresa, se não é uma empresa, se é de telemarketing, isso está sendo objeto de investigação”, disse o ministro em entrevista coletiva convocada no início desta noite. A quantidade de linhas de investigação que a PF está seguindo é mantida em sigilo - Cardozo limitou-se a comentar uma delas pelo fato de já ter se tornado pública. “Não nos interessava em nenhum momento que matérias revelassem linhas de investigação”, disse.

“A Polícia Federal trabalha com várias linhas de investigação. Estamos descartando linhas à medida que vamos confirmando ou não”, esclareceu o diretor-geral da PF, Leando Daiello.

O ministro da Justiça reiterou que não descarta ação orquestrada, uma vez que a onda de boatos atingiu beneficiários de 12 Estados do País. “Nós não podemos descartar a possibilidade de ter alguma ação organizada. Não estou falando que houve nem que não houve. Estou falando o que está se investigando”, afirmou.

Na avaliação de José Eduardo Cardozo, a dificuldade neste tipo de investigação se dá justamente em identificar a origem das informações, uma vez que foram disseminadas a um grande público. “Fica difícil, pelo menos no fato nu que está colocado (...) estabelecer um nexo causal entre algumas regiões determinadas do País e a velocidade com que a informação se deu e a possibilidade de saques num sistema que é nacional”, avaliou o ministro.

“Por que não aconteceram em alguns Estados? Por que só aconteceram em certas regiões de alguns Estados? Como se explica a velocidade de, em um único dia, nós termos uma corrida em vários locais distintos do País e não no território nacional todo para o saque? Tudo isso, a meu ver pessoal, mostra a dificuldade de estabelecer um nexo causal e a razão pela qual nós trabalhamos com outras hipóteses”, acrescentou Cardozo.