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Delegado aposta em testemunhas para apurar causas do incêndio na boate Kiss

Outras duas casas noturnas de um dos sócios também foram vasculhadas

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O delegado da Polícia Civil de Santa Maria, Sandro Meinerz, que participa da força-tarefa que apura as causas do incêndio que matou 231 pessoas na boate Kiss, afirmou nesta terça-feira que o foco das investigações, neste momento, é na prova testemunhal. "Nada melhor que as pessoas que estavam lá para dizer: 'olha, aconteceu desta forma'", disse ele.

Segundo o delegado, a polícia também já solicitou ao Corpo de Bombeiros o Plano de Prevenção Contra Incêndios da casa noturna, que estava vencido desde agosto de 2012. O alvará é aprovado pela corporação e, segundo depoimento de um dos sócios, estava em processo de renovação.

Os demais documentos da boate foram entregues à polícia pela prefeitura na manhã de hoje. A documentação contém informações que podem comprovar se houve irregularidades na estrutura e nos procedimentos de emergência, bem como a possibilidade de superlotação, que teriam contribuído para um elevado número de vítimas na casa noturna.

"Esses documentos, alvarás, planta do imóvel, devem nos auxiliar bastante nas investigações", disse Meinerz. O delegado minimizou a demora da prefeitura e do Corpo de Bombeiros para entregar a documentação. "Todos estamos com muita coisa ao mesmo tempo. É difícil fazer tudo", argumentou.

De acordo com o delegado, na noite de ontem foram feitas buscas nas duas casas noturnas pertencentes a Mauro Hoffman, um dos donos da boate Kiss. O empresário também é proprietário da boate Absinto e da cervejaria Floriano. Segundo Meinerz, não foi encontrado nada que pudesse auxiliar nas investigações do incêndio.

O delegado também comentou sobre as condições das duas casas noturnas. "A questão fiscalizatória não é da polícia, mas claro que, se encontrássemos algo, tomaríamos as providências. Observamos a questão dos extintores, mas estava tudo em ordem", disse.

Mauro Hoffman e seu sócio na Boate Kiss, Elissandro Callegaro Spohr, o Kiko, tiveram a prisão temporária decretada e foram detidos pela polícia. Mauro foi levado à penitenciária de Santa Maria, assim como dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, também presos. Kiko está internado sob custódia em um hospital na cidade de Cruz Alta. Segundo seu advogado, ele trata de uma infecção decorrente da intoxicação pelo incêndio.