Nas eleições de 2012, além de propostas para melhorar a cidade, os candidatos a vereador na capital paulista tiveram que desembolsar uma boa quantia em dinheiro durante a campanha eleitoral. Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que os 55 vereadores eleitos em São Paulo gastaram em média R$ 826 mil com publicidade, jingle, transporte e salários de funcionários para conseguirem uma das vagas na Câmara Municipal. Mas, a quantidade de votos obtidos por cada um revela também que alguns tiveram que "pagar" mais caro que outros para conseguir o cargo. Levantamento feito pelo Terra mostra que, nestas eleições, o voto para se eleger vereador em São Paulo "custou" em média R$ 20.
Para chegar ao "custo do voto", a reportagem dividiu a quantidade de verba gasta em campanha pelo total de votos obtidos por cada um. A partir desta conta foi possível ver que a eleição saiu mais cara para o vereador reeleito Police Neto (DEM-SP), um dos campeões em gasto. Atual presidente da Câmara Municipal, Neto declarou ter usado R$ 2,56 milhões com despesas de campanha. Ao final do pleito, o político teve o voto de pouco mais de 28 mil pessoas. Isso quer dizer que cada voto conseguido por ele "custou" aproximadamente R$ 90, o mais caro entre todos os 55 candidatos que conseguiram a vaga.
Na outra ponta está o pastor Edemilson Chaves, eleito vereador pelo PP com o apoio do apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus. Na prestação de contas, o religioso divulgou ter gastado R$ 19 mil. Apesar da campanha modesta, ele recebeu mais de 45 mil votos nas urnas. Ou seja, Chaves desembolsou cerca de R$ 0,43 por cada eleitor que digitou seu número na urna, o valor mais baixo entre os vereadores eleitos.
Mas não necessariamente quem pagou mais caro pelo voto foi o campeão em gastos com campanha em 2012. No caso dos que se elegeram para a Câmara Municipal de São Paulo, o maior valor foi declarado pelo vereador reeleito Milton Leito (DEM-SP). O político desembolsou aproximadamente R$ 3,42 milhões nos cinco meses de disputa. Mas, como foi um dos mais bem votados, Leite investiu cerca de R$ 33 por cada um de seus 101.664 votos.
Outro que fez uma das campanha mais modestas foi o vereador eleito Toninho Vespoli (PSOL-SP). Ele declarou ter usado aproximadamente R$ 28 mil para pedir votos e divulgar sua candidatura. Por outro lado, foi um dos menos votados entre os eleitos. Vespoli garantiu uma vaga na Câmara com 8.722 votos. Com isso acabou desembolsando cerca de R$ 3,22 por cada um deles.
Partidos
No total, estes 55 vereadores eleitos gastaram juntos aproximadamente R$ 45 milhões nos cerca de cinco meses de campanha. No caso dos gastos por partido, PT e PSDB lideram a lista dos que mais gastaram entre os eleitos. Os vereadores do partido de Fernando Haddad que conseguiram a vaga desembolsaram juntos quase R$ 13 milhões para conseguir 11 cadeiras na Câmara dos Vereadores.
Logo atrás dos petistas estão os tucanos, que tiveram um melhor aproveitamento do dinheiro investido se considerarmos o número de candidatos eleitos. O PSDB precisou de aproximadamente R$ 7 milhões, cerca de R$ 6 milhões a menos que o PT, para garantir nove vereadores em São Paulo.
Recém-nascido, o partido do atual prefeito Gilberto Kassab, o PSD, é o terceiro na lista de legendas que mais gastaram entre os que conseguiram vaga. Do total de R$ 45 milhões investidos pelos vereadores eleitos, mais de R$ 6,5 milhões vieram dos cofres da legenda criada só no ano passado.