São Paulo – Neste Natal, o garoto Cremilson Nobre Goes, de 12 anos, só tem a agradecer. Há um ano treinando na escolinha de futebol do Palmeiras, ele acredita que está cada dia mais perto de seu sonho: tornar-se um craque como o volante do clube, Marcos Assunção. A história de sucesso de Cremilson começou com uma carta enviada ao Papai Noel dos Correios no Natal passado: “Pedi para ser um grande jogador de futebol.”
Desejos como este e de outras crianças são atendidos, na medida do possível, todos os anos em uma campanha nacional promovida há 20 anos pelos Correios. Nos últimos três anos, a empresa recebeu 4,5 milhões de cartas, das quais 2,04 milhões atendiam aos critérios da campanha. Destas, 71% – 1,46 milhão de cartas – foram adotadas.
Para este ano, espera-se aumento no número de cartas atendidas. “Estamos torcendo e trabalhando muito para que as cartas aumentem em 10% ou 15%”, disse o diretor regional dos Correios em São Paulo, Wilson Abadio de Oliveira, no lançamento da campanha, hoje (14), no prédio histórico da empresa, no Vale do Anhangabaú, na capital paulista.
No ano passado, foram cadastradas 150 mil cartas na região metropolitana de São Paulo e, destas, 70 mil resultaram em presentes estregues às crianças por padrinhos. De acordo com Oliveira, qualquer entidade ou pessoa pode se tornar um padrinho. Basta escolher uma carta em uma das agências dos Correios ou pelo site www.correios.com.br/papainoelcorreios2012
Os pacotes são entregues pelos padrinhos nas próprias agências para que a empresa os leve até as casas das crianças. “Com a campanha do Papai Noel dos Correios, conseguimos mobilizar a sociedade para contribuir e atender à realização dos sonhos de milhares de crianças”, destacou Wilson.
Na mesma cerimônia, foi inaugurada a casa do Papai Noel dos Correios, que aproveitou para receber as primeiras cartinhas enviadas pelas crianças. Segundo Papai Noel, a maioria pede bicicletas, bonecas e brinquedos da moda, mas há também solicitações curiosas. “Nos pedidos, temos um retrato do Brasil." Pede-se de tudo, ressalta Papai Noel, desde pedidos até a reconciliação dos pais. Há também pedidos de cura de crianças doentes. "A emoção não deixa de vir”.
A campanha tem ainda participação da Mamãe Noel dos Correios, que se emociona ao ler as cartas recebidas. “As [crianças] que pedem alimentos são as que mais emocionam. Como pode, uma criança, em vez de pedir um brinquedo, pensar na família?”
Wilson Oliveira lembrou que, no ano passado, uma das cartas com pedido de alimentos levou os próprios funcionários dos Correios a se mobilizar e entregar à família da criança uma cesta básica. “A criança queria, simplesmente, uma cesta básica, para que sua família tivesse, pelo menos no Natal, comida para se alimentar.”