Os acusados de envolvimento no escândalo dos sanguessugas, que consistia no desvio de verbas do Ministério da Saúde destinadas à aquisição de ambulâncias e equipamentos médicos, têm mais um problema com a Justiça. O Ministério Público Federal (MPF) em Governador Valadares (MG) entrou com ação contra o deputado federal João Magalhães (PMDB) e o empresário Luiz Antônio Vedoin por suposto envolvimento em um esquema de desvio de recursos federais na compra superfaturada de equipamentos e veículo para inclusão digital no município. Além deles, foram denunciados também o ex-prefeito de Valadares e atual deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB), e Fernando Antônio Pinto, funcionário da prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o MPF, os envolvidos desviaram verbas do Ministério das Comunicações destinadas a uma unidade móvel, com ônibus adaptado, para o ensino de informática. De acordo com a ação, Vedoin, proprietário da Planam, contou à Justiça que foi informado por João Magalhães de que havia uma dotação orçamentária na pasta de R$ 350 mil e o parlamentar "vendeu" emenda para liberação dos recursos.
Vedoin disse ainda que pagou pessoalmente R$ 42 mil a João Magalhães pelos "serviços" prestados. Na ação, o MPF afirma que, além de conseguir a liberação dos recursos, o grupo também fraudou a licitação municipal. O processo foi vencido pela Planam com proposta de R$ 349 mil, que, segundo a Controladoria-Geral da União, é um valor de até 547% em relação aos preços de mercado.