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Defesa de Anderson Adauto reconhece caixa dois, mas refuta corrupção ativa 

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Último réu defendido na sessão desta terça-feira do Supremo Tribunal Federal, na continuação do julgamento da ação penal do mensalão, o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto — ex-PL, atualmente no PMDB e prefeito de Uberaba (MG) — teve sua absolvição pedida pelo advogado Roberto Pagliuso, em sustentação oral de apenas 25 minutos.

Seu defensor desqualificou as acusações do Ministério Público de prática dos crimes de corrupção ativa (duas vezes) e lavagem de dinheiro (16 vezes), na linha da inépcia da denúncia, já que o réu foi citado na peça acusatória “em dois esquálidos parágrafos”, que não o envolvem na suposta quadrilha, não havendo assim provas de ato de corrupção.

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Como ocorreu nos casos dos demais réus defendidos na sessão desta terça-feira, o advogado de Anderson Adauto confirmou que seu cliente pediu “recursos” ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para “quitar dívidas” de sua campanha a deputado federal em 2002. Segundo ele, o PT — do qual o seu partido era aliado — “gozava ainda de muita credibilidade”, antes dessa fumaça lançada pelo Ministério Público”.

E acrescentou: “Ele foi buscar o dinheiro junto ao PT, com Delúbio Soares, e não com qualquer traficante que pudesse sugerir ser o dinheiro ilegal”.

O advogado Roberto Pagliuso admitiu, também, que o então ministro dos Transportes do Governo Lula intermediou a negociação de recursos para o pagamento de dívidas de campanha do PTB. Anderson Adauto foi procurado pelo ex-deputado do PTB Romeu Queiroz, que reclamou de dificuldades para saldar dívidas do partido. O então ministro atendeu ao pedido, procurou Delúbio Soares, e este “prontificou-se a saldar as dívidas” do outro partido aliado ao PT.