Os policiais federais de São Paulo fizeram uma manifestação às 10h30 desta segunda-feira em frente ao Departamento de Polícia Federal, na Lapa. Servidores ocuparam a escadaria e cruzaram os braços por cerca de 10 minutos. Os policiais finalizaram o ato com um aplauso ao movimento.
"Essa semana nosso movimento é pacífico. A ideia é aguardar uma posição do governo nas negociações", afirmou Alexandre Santana Sally, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal (Sindpolf-SP). No entanto, a greve ainda continua com apenas 30% dos servidores trabalhando.
Ainda pela manhã, sindicato e grevistas abriram exceção para uma escolta emergencial que não poderia ser interrompida. A entidade reafirma a postura de não causar impactos à população, apesar dos problemas enfrentados pela PF e das necessidades das reestruturações salarial e de carreira.
Nesta terça-feira, os policiais participarão de uma doação coletiva de sangue no Hemocentro do Hospital de Clínicas. Segundo o Sindpolf, o ato grevista representa simbolicamente que a Polícia Federal, apesar de todos os problemas estruturais enfrentados, tem como objetivo servir bem a população.
A greve teve início no dia 7 de agosto com a entrega simbólica de distintivos e armas na frente do mesmo departamento.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.
Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.
No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.